C A H E R J

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Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

sábado, 27 de agosto de 2011

UM FIO DE ESPERANÇA

UM FIO DE ESPERANÇA
Resenha do livro: Um Fio de Esperança, Nancy Guthrie
por ELENY VASSÃO*
 A autora norte-americana Nancy Guthrie recorreu à mensagem do livro de Jó para redefir as perpsctivas
de vida após sua esperança desmoronarem.

          Vivemos pensando que o sofrimento só alcança a casa do vizinho. É como se nós, que conhecemos ao SenSenhor, estivéssemos imunizados contra o mal por nossa fé, por uma capa protetora de nossa vida de justiça, crendo que nada atingirá a nós ou aos nossos filhos.
           Mas a vida não é assim. Mesmo que isso nos agrade e nos ofereça certa segurança, a Bíblia não prega tal mensagem falsa.  O sofrimento faz parte da vida e, dependendo da maneira como  encaramos, ele pode nos abater, deixando-nos amargurados e sem é, ou nos forjar no cadinho das aflições, fazendo-nos fortes e maduros, mais semelhantes a Jesus.
           Jó, reconhecido por Deus como o homem mais justo da terra, pensava ser alguém imune à dor, até que o mal lhe sobreveio.  Diante de sua experiência, temos que nos perguntar: "Qual seria a minha reação se fosse comigo? O que eu faria se voltasse para casa no fim do dia e descobrisse que ela não existe mais?"
         Nancy Guthrie, autora do livro Um fio de esperança, tinha uma vida estável, feliz na qual tudo corria bem.  Ao estudar o livro de Jó na Escola Dominical, encantava-se com a sua vida e a reação que ele teve à dor e à perda.  Passou, então, a questionar-se: "Será que eu reagiria da mesma forma a uma tragédia?"  Ela mesma conta: "Também me questionei se eu possuía o tipo de fé capaz de suportar aflição extrema e imerecida, um fé que persiste mesmo quando não há mais nenhuma esperança".
         Seu questionamento tornou-se real e prático quando Hope, sua segunda filha, nasceu: "Depois do parto, os médicos começaram a encontrar algumas 'pequenas' anomalias em nossa filha.  Aturdidos, mal ouvimos a última informação: a maioria dos bebês com essa síndrome vive menos de seis meses.  Não há tratamento, não há cura, não há sobreviventes".  Transtornada, Nancy lembrou-se de sua admiração pela reação de Jó e viu que sua fé estava sendo testada.  Jó nos mostra como uma pessoa de fé reage quando seu mundo desaba.  Hope veio a falecer depois de poucos meses e uma nova prova se apresentou: "Será que a nossa fé em Deus nos ajudará a sofrer menos?  Sem dúvida, ele os deu força e ânimo extraordinários enquanto estávamos com Hope.  E é um consolo saber que ela está no céu.  Graças a essa é, não somos consumidos pelo desespero, mas a fé não torna o sofrimento menos intenso".
         "É por isso que me espanto quando penso na história de Jó.  Sua reação inicial à perda vai além da agonia e da lamentação.  Diante da calamidade que lhe sobreveio, Jó se prostou diante de Deus em adoração(...).   Somente uma pessoa que compreendia a grandeza de Deus poderia tê-lo adorado em meio a tanta dor."
         Trabalhando há vinte e cinco anos no ministério de Capelania Hospitalar, deparamo-nos diariamente com o sofrimento, em seus mais variados estágios.  Ao ver a dor em nossos pacientes e em seus familiares, como a autora deste livro, somos lembrados que, mesmo sendo crentes em Cristo Jesus, temos corpos frágeis como o dos demais mortais e passamos a nos questionar sobre como enfrentamos o dia mau, quando ele nos alcançar.
        É interessante perceber, na Bíblia, que o próprio Jesus chorou diante de seu amigo Lázaro, mesmo sabendo que tinha todo o poder para ressuscitá-lo dentre os mortos.  Ele se identificou com o sofrimento humano, compartilhou da dor daqueles que estavam passando pela perda.  Em Jesus temos o nosso modelo.  Mas como podemos confortar de maneira prática?
       Em Um fio de esperança, Nancy comenta: "Na verdade, quem chora conosco nos mostra que não estamos sozinhos.  Muitas vezes, sinto como se estivesse carregando um grande peso e, quando outros choram comigo, é como se carregassem parte dele.  Talvez esse seja a coisa mais importante que alguém pode fazer por mim".
       Consolar é, também, encontrar maneiras palpáveis e úteis para socorrer aqueles que estão sofrendo.

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* Eleny Vassão de Paula Aitken  é missionária-capelã pelo Supremo Concilio da IPB e atua como capelã em hospitais há 25 anos.  É também autora de diversos livros sobre consolo e aconselhamento.

* Artigo da revista Seu Mundo - ANO III - número 14 - Uma publicação da Editora Mundo Cristão

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