C A H E R J

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Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

domingo, 4 de novembro de 2012

Mudança de caráter – Zaqueu


Mudança de caráter – Zaqueu
Anotações para preparação mensagem Niteroi set 2012 Pib Vital Brasil


Contexto: Jesus havia encontrado um homem rico que não aceitou deixar as riquezas.
Lemos a respeito de um homem com o nome de  Zaqueu que significa, “o justo”, imagina o justo! Alguma coisa não estava certa na vida dele, porque, suas atitudes não eram de alguém que era justo, pois, não tinha esse caráter, essa índole, porque, não somente era injusto como defraudava, roubava…
            Encontro com Cristo – o texto declara que Jesus conhecia a vida de Zaqueu. Jesus poderia incitar a multidão a apedrejar ao ladrão.                                       
Zaqueu queria conhecer Jesus e não se conteve quando a oportunidade surgiu. Zaqueu desejava ver Jesus apesar dos obstáculos - a multidão o odiava, impedimento físico.    
Vejam que, mesmo Zaqueu sendo um homem da alta sociedade, subiu em cima de uma árvore como um moleque travesso, podendo até mesmo ser ridicularizado pelo povo em virtude de seu ato. Porém, maior era o seu desejo de conhecer a Jesus do que a sua preocupação com a sua posição social.  Deveríamos ter a mesma intensidade em querer ver a Jesus.
Zaqueu desejava conhecer a Cristo. Evidentemente, a fama de Jesus já chegara há muito tempo em Jericó e certamente as narrativas de seus milagres e curas grandiosas eram cridas e espalhadas no meio do povo comum. É importante observarmos que embora Zaqueu tivesse tudo o que um homem podia ter em termos materiais, sua vida espiritual estava carente. Ele queria conhecer Jesus, desejava vê-lo a qualquer custo. Deus Jamais deixa passar em branco o desejo espiritual de qualquer pecador:
            a) Palavras de Jeremias: "Buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes de todo o vosso coração", Jr 29.13.
            b) Palavras de Jesus "Todo aquele que o Pai me dá, esse virá a mim; e o que vem a mim, de modo nenhum o lançarei fora", Jo 6:37.
Jesus percebeu a sua disposição e aproximou-se de forma envolvente, apesar das críticas e oposição dos outros.  Assim como em outros casos, como a da mulher com hemorragia (8.43), a mulher Cananéia (Mt15.21), o paralítico (5.18) ou o cego que Ele acabou de curar (18.35), Jesus reconhece essa insistência de Zaqueu em chegar até ele como sendo fé nEle.
O texto dá uma indicação da família. Talvez sua mulher devesse se sentir envergonhada de seu marido desonesto, provavelmente a família vivia isolada. “– Seu pai é ladrão”. Zaqueu era chefe dos publicanos.  O "publicano", era um tipo de coletor de impostos a favor do império romano. É possível que Zaqueu, não somente fosse um "coletor de impostos", mas que chefiasse um departamento de diversos coletores, sendo portanto, um alto funcionário do império romano. Porém em virtude de sua ligação com os romanos, os publicanos eram odiados pelos judeus. Eram considerados traidores, uma vez que muitos deles eram também judeus, e comparados aos piores pecadores. Zaqueu havia conquistado fortuna e tinha poder sobre as pessoas, mas era pobre em relacionamentos e miserável espiritualmente.
Naquela época não era comum chamar um estranho para ir em sua casa. Jesus não disse que primeiro deveria se arrepender dos pecados.  Jesus conhece nossas intenções, nos acha no meio ao “sicômoro”. Seu tronco é muito forte e seus galhos crescem muito próximos do chão, formando uma espécie de banqueta a menos de um metro de altura, possibilitando a subida a esta plataforma de onde brotam os ramos e dali, como num tamborete, pode-se melhor olhar os que passam abaixo. O tronco curto e robusto logo se ramifica com os ramos mais baixos perto do solo, e isto tornava a árvore conveniente à beira da estrada para um homem baixo, tal como Zaqueu, subir nela para ver Jesus.

Observe o poder da transformação na vida de um homem. Deus tem o poder de transformar a vida das pessoas que permitem que ELE as transforme, e isso inclui caráter, conversão, dar nova forma.
O cristão sabe que, quanto mais se aproxima de Deus, mais se torna consciente de seu próprio pecado.
Quanto mais o cristão se torna semelhante a Cristo, mais percebe o quanto está distante do Mestre.
Zaqueu apenas estava tão próximo de Cristo que isso o deixava dolorosamente consciente de seus pecados.
Os que de bom grado servem melhor a ti
São os que têm consciência do pecado dentro de si.
O reconhecimento dos seus erros e a pronta disposição para repará-los foram evidência de que a salvação acontece com aquele homem.
Ao encontrar com Jesus, Zaqueu encontra o bem maior que o libertou do apego a bens, símbolos e status. A generosidade nasce no coração de que tem a Jesus.
O contato com o amor de Deus também leva Zaqueu à reparação no plano social, não apenas devolvendo o que roubou, mas distribuindo bens aos necessitados. Na mentalidade individualista atual, corremos o risco de não deixar os “Zaqueus de hoje” chegaram até esse processo mais profundo de responsabilidade social.
Reparar o dano causado e, mais do que isso, solidarizar-se com os aflitos mostram que a “salvação nesta casa” inclui a dimensão do outro.
A chegada do Reino de Deus significa não apenas salvação individual e familiar, mas faz com que o amor de Deus derramado numa casa alcance toda a comunidade.
Transformação de Zaqueu, o gesto de Jesus mostra a Zaqueu que era importante, Jesus viu além dos pecados.

MUDANÇAS QUE DEUS FEZ NA VIDA DE ZAQUEL E FAZ NA VIDA DAS PESSOAS QUE DEIXAM QUE ELE TRANSFORME:

1)       IDENTIDADE – Quando Jesus diz que quer entra em casa, Ele quer abençoar, salvar e dar alegria.  A primeira coisa que Jesus se preocupa na vida de Zaqueu é com a sua identidade! Quando o SENHOR entra em nossa vida ELE muda nossa identidade por inteiro. Jesus está dizendo: – “Eu posso mudar a tua identidade” – Assim como Ele mudou a de Jacó que é um nome que tem um significado complicado, porque, Jacó significa enganador; mas DEUS deu a ele o novo nome de Israel (Gn.32:28). O SENHOR estava entrando na vida de Zaqueu para dizer “EU mudo o teu caráter”. Deus não viola a vontade de ninguém, Ele não nos obriga a servi-lo, mas, tudo que fizermos deve ser por AMOR.
2)        
2) ÁREA MORAL – A segunda coisa que Jesus transforma estar relacionado a área moral. Zaqueu diz “olha SENHOR estou dando a metade dos meus bens aos pobres e se alguém eu extorqui alguma coisa, devolverei quatro vezes mais”.
A lei dizia que se alguém roubar, deveria devolver 20% a mais, Zaqueu devolveu 400% a mais.
– Que poder que o evangelho tem de mudar a vida das pessoas. Só a presença de JESUS fez com que Zaqueu reconhecesse que era miserável pecador e necessitava da Graça de Deus, disse – “se tenho defraudado alguém vou restituir”. Quando Deus entra na vida de alguém Ele transforma. Quantas pessoas têm perdido a oportunidade de ser transformadas!… Muitos querem que Deus faça tudo por eles, porém, não fazem nada para Deus! Diga – “Faça algo para Deus!” Fale – “Transformação!” Houve, também, transformação no humor de Zaqueu, pois, a Bíblia diz que ele recebe o SENHOR JESUS com alegria, porque de fato e de verdade o evangelho havia entrado na vida dele. Quero ministrar nesta noite, transformação! Deus ministra transformação, mas, se não permitimos, nada vai acontecer! Existem áreas em nossa vida que Deus quer continuar transformando, talvez, você pergunte – “Quando vai parar pastor? Quando estivermos na Glória! Zaqueu foi transformado no seu testemunho pessoal, pois, era alguém que roubava e mentia; pergunto – “O seu testemunho já mudou? Ou você continua barraqueiro (a)…? Quando Deus encontrou com a mulher Samaritana ela saiu pregando o evangelho e falou – “eu conheci o Messias!” O mesmo Jesus daquela época é o que está aqui hoje! Jesus entrou na vida de Zaqueu e o transformou por completo!
O que é que as pessoas olham para a sua vida e dizem que precisa de transformação?
O que é que você olha para sua vida e ver que precisa de transformação?

Creia! Pois a Palavra de Deus é viva e eficaz, e mais afiada do que espada de dois gumes; ela penetra até o ponto de dividir alma e espírito, juntas e medulas, e julga os pensamentos e intenções do coração.

Origem e destino do homem – mensagem Casacap 16set12


Gênesis 1.3 “E disse Deus: Haja luz; e houve luz”  =  decreto
“Haja luz”! – O decreto divino que mudou a escuridão da criação. Duas palavras, uma ordem, uma explosão de criatividade!   A partir do nada, no princípio criou Deus os céus e a terra.  Uma terra sem forma, uma terra vazia, mas acima de qualquer coisa, uma terra onde o Espírito de Deus se movia por cima das águas.  Então, como o início de tudo que hoje existe, de tudo o que já existiu e de tudo o que ainda pode vir a existir,  Deus na sua completa essência criativa decretou: “QUE HAJA LUZ !”  E a luz passou a existir.
A luz divina dominando todo o espaço das trevas. A luz como principio de toda a beleza.
Os primeiros versos de Gênesis revelam o poder de Deus sobre nossa complexa vida humana. O criador que aperfeiçoa sua própria obra.  O início de tudo revela que temos um autor da vida com mãos fortes, idéias inquestionáveis e paixão por sua criação.
Deus criou todas as coisas através de decreto,  “ v.3... Haja luz,...”  “ v.6...Haja firmamento...”  “ v.14 ...haja luzeiros...” .   -  O homem, a mulher não foi assim, foram criados pelo “sopro”.    Anjos – são seres criados, Gen 2.1 = “... exercito dos céus (anjos, luz, estrelas e etc).
Em Gênesis 1 e 2 – No principio Deus criou os céus e a terra.
Associação do sopro com a palavra (Decreto).  O homem (Adão) Deus usou matéria prima (barro) Gen 2.7 a “Então, formou o Senhor Deus ao homem do pó da terra...”  -   Deus não disse “Haja o homem”.  Deus formou o homem em duas etapas,  1ª. Etapa o corpo e na 2 ª. Etapa Deus sopra o “sopro da vida” ( Gen 2.7 b “... e lhe soprou nas narinas o fôlego de vida, e o homem passou a ser alma vivente”.   Em 1 Co. 15.45a “ pois assim está escrito: O primeiro homem, Adão, foi feito alma vivente”.  -  Critério diferente que Deus outras coisas.
Através do sopro, Deus da alma vivente ao homem, ... vida que procede de Deus.
Em Ezequiel, vale de ossos secos. 1 ª etapa profetiza aos esqueletos (nasce tendão, músculos e etc) formando corpos, Ezequiel 37. 8 “ Olhei, e eis que havia tendões sobre eles, e cresceram as carnes, e se estendeu a pele sobre eles; mais não havia neles o espírito.    Na 2 ª etapa da profecia, Deus diz a Ezequiel que profetize sobre os corpos formando um exercito. Ezequiel 37.9-11 “ Então, ele me disse: Profetiza ao espírito, profetiza, ó filho do homem, e dize-lhe:  Assim diz o Senhor Deus: Vem dos quatros ventos, ó espírito, e assopra sobre estes mortos, para que vivam. Profetizei como ele me ordenara e o espírito entrou neles, e viveram e se puseram em pé, um exército sobre modo numeroso”. 
Não somos a imagem e semelhança de Deus da 1 ª parte que é matéria, somos imagem e semelhança do que é a vida.  O corpo é aquilo que abriga a vida dada por Deus.  Em Paulo (somos vasos) e tabernáculo temporal que recbe a vida dada por Deus. 
2 Co. 5. 1-4 =  a Bíblia declara que nós somos o tabernáculo espiritual, casa espiritual, templo de Deus.  Assim com o tabernáculo no deserto era  móvel e transitório, nós também como tabernáculo espiritual somos móveis e transitórios.     Em 1 Co. 15:40 = Paulo vê o nosso corpo como este tabernáculo, a casa terrestre,  portátil e também passageira que está revestido do tabernáculo celestial, isto é, do corpo celestial.   Em 2 Pe 1.13-14 = “Também considero justo, enquanto estou neste tabernáculo, despertar-vos com essas lembranças, certo de que estou prestes a deixar o meu tabernáculo, como efetivamente nosso Senhor Jesus Cristo revelou”.  
Vida = vida humana é o sopro divino, enquanto o sopro esta em nós somos vivente. Isso nos difere de outros animais como também dos anjos.
É nítida a diferença de como Deus criou o homem e de como criou os animais.  Em Salmos 8.4 – “Que é o homem que dele te lembres”?   Resposta = “5 Fizeste-o, no entanto, por um pouco, menor do que Deus (helorin – talvez anjos) e de glória e de honra o coroaste”.
Na visão panorâmica do V T, o homem está pouco abaixo de Deus, coroado de honra.  Mesmo sendo o homem caído, a natureza do ser humano é esplêndida.   A caminhada do ser humano na história, não tem limite a capacidade do homem de maneira constante.
Ao mesmo tempo em que a reflexão sobre o homem remeter a Deus, esse homem extraordinário é definido sobre o sopro divino.  Enquanto o sopro divino estiver sobre o homem, haverá vida.  Sem sopro divino não tem vida.

A capacidade humana leva o homem a esquecer de sua fragilidade.  Salmos 103.15-16..."a vida do homem é semelhante à relva; ele floresce como a flor do campo, que se vai quando sopra o vento e nem se sabe mais o lugar que ocupava".
O homem é um ser paradoxo, somos ilimitado mas ao mesmo tempo somos frágil.
Por outro lado precisamos ver como Deus pode ser por sua glória, e por nós também. Precisamos ver que quando Deus mantém seu primeiro e grande mandamento, ele não cessa de manter o segundo mandamento.  A melhor forma que conheço para mostrar isso é explicar como Deus é santo, justo e amor.  Quando descrevemos Deus como santo, queremos dizer que ele é um de um tipo.  Não há ninguém como ele.  Ele está numa classe por si mesmo.   Moisés ensinou Israel a cantar: “ Ó Senhor, quem é como tu entre os deuses? Quem é como tu, glorificado em santidade, terrível em feitos gloriosos, que operas maravilhas? (Êxodo 15:11).   Centenas de anos após, Ana, a mãe de Samuel, ensinou Israel a cantar: “Não há santo como o Senhor; porque não há outro além de ti; e Rocha não há, nenhuma, como o nosso Deus (1 Samuel 2:2).   E Isaias 40:25 cita Deus falando: “A quem, pois, me comparareis para que eu lhe seja igual? – diz o Santo”.   Em Isaias 6:3  “Santo,Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória”.   Em Ap. 4.8 “ Santo, Santo, Santo é o Senhor Deus, todo o poderoso, Aquele que era, que é, e que há de vir”.
Deus é santo em sua exclusividade absoluta.  Tudo o mais pertence a uma classe.  Somos humanos.  Labrador é um cachorro, o carvalho é uma árvore.  Terra é um planeta, a Via Láctea é uma das milhões de galáxias, Gabriel é um anjo, Santanás é um demônio.  Mas somente Deus é Deus.  E, portanto, ele é santo, absolutamente diferente, distinto e único.
Tudo o mais é criação.  Somente ele cria.  Tudo o mais começa.  Somente ele sempre foi.  Tudo o mais depende de algo.  Somente ele é auto-suficiente.   Apocalipse 4:8-11 relata os cânticos que estão sendo cantados a Deus no céu.  O primeiro diz: “ Santos, Santo, Santo é o Senhor Deus, o Todo-Poderoso, aquele que era, que há de vir”  O segundo diz: “Tu és digno, Senhor e Deus nosso, de receber a glória, a honra e o poder”.  Estes dois cânticos significam a mesma coisa.  Deus é santo significa que ele é digno.  Sua santidade é o seu imensurável valor e dignidade.  Nada pode ser comparado com ele, pois ele fez tudo.  Seja qual a glória que faça uma coisa criada ser valiosa, a mesma é encontrada no Criador numa proporção maior do que milhões sobre milhões.
HOMEM -  (João 3.5) Nicodemos – Nascer de novo = perfeição Moral – estará com Cristo, haverá novo céu e nova terra, esse povo vai encher.  
2. Co.5.17 “...nova criatura, as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas”.
DEUS NÃO FEZ TUDO (CRIAÇÃO) EM 6 DIAS,  COMEÇOU A FAZER TUDO !
Se Deus tivesse concluído tudo em 6 dias, tudo que criou foi estragado por satanás.
Em João 5.17 “Eu trabalho e meu Pai trabalha até hoje...”
Em Isaias 64.4 “... desde da antiguidade se viu e ouviu de um Deus que trabalha por aqueles que nele espera...”
Há duas corrente de pensamento ( interpretação)
1ª. Corrente: começa após Gen. 3 – fazer de novo ( Deus frustado!)
2ª. Corrente: Deus começou a trabalhar desde do princípio, continua trabalhando...
PARADOXO!!!!
“... É BOM “!  (Gn.1.18)
“... É muito bom” ! (Gn 1.31)
“... madita é a terra” ! (Gn. 3.17)  (Hb. 6.7 e 8 “Porque a terra que absorve a chuva que frequentemente cai sobre ela e produz erva útil para aqueles por quem é também cultivada recebe bênção da parte de Deus; mas, se produz espinhos e abrolhos, é rejeitada e perto está da maldição; e o seu fim é ser queimada”.
Ex. 20.11 “... porque, em seis dias, fez o Senhor os céus e a terra, o mar e tudo que neles há e, ao sétimo dia, descansou; por isso, o Senhor abençoou o dia de sábado e o santificou”.
Não se refere 7. Dia da criação ( interpretação literal) e sim o fim de tudo = Hebreus.   Deus está vendo tudo o processo até o final.  Deus sabia onde queria estar.
Pedro em atos 2 – quando a igreja lançada para fora – “ não estamos bêbads...” – explica através da profecia de Joel 2 – “... nos últimos dias...”   TERMINA – até que venha o dia do Senhor = último dia = sexta feira.
MANÁ  recolhidos todos os dias, na sexta feira era diferente por causa de sábado.  Na sexto dia deveria recolher em dobro.   Entramos no 7. Dia com aquilo que recolhemos no 6. Dia.  Resultado de minha vida no 7. Dia (juízo) é fruto do que recolho no 6. Dia.
Estamos no 6. Dia e ainda estou colhendo o maná,  amanhã no 7 dia não haverá como colher.
Mt 25.34 “... vinde, benditos de meu Pai!  Entrai na posse do Reino que vos está preparado desde a fundação do mundo”.
Ap 21 .   Novo Céu e a nova terra ....

AS ORIGENS DA FILOSOFIA E A BUSCA PELA VERDADE



AS ORIGENS DA FILOSOFIA E A BUSCA PELA VERDADE

Já sabemos que o filosofo é aquele que quer dar respostas precisas a certas perguntas, e, se considerarmos que a filosofia quer dar uma explicação aos problemas do universo ( de onde vem o mundo?  quem somos?  Para onde vamos? Etc ). A filosofia que explicar o universo, a natureza, o homem.
A filosofia é uma área de estudos que envolvem investigação, análise, discussão, formação e reflexão de idéias ( ou visões de mundo) em uma situação geral, abstrata ou fundamental.
Poderia definir filosofia como a amizade pela sabedoria, amor e respeito pelo saber.  Filósofo: o que ama a sabedoria, tem amizade pelo saber, deseja saber.
De acordo com vários autores, a Filosofia é a busca pelo conhecimento último e primordial, tido como a sabedoria total.  
Portanto, poderíamos afirmar que a filosofia surge quando alguns gregos, insatisfeitos com as explicações que a tradição lhes dera, começaram a fazer perguntas e buscar respostas para elas. Compreende-se assim, que a filosofia nasceu de uma necessidade de explicar a razão de ser das coisas.
O pensar antes desse período, ainda era envolto em mitos e religiosidade, o que dificultava a racionalidade específica ( Santos 2001).   O s primeiros filósofos, não aceitando mais o mito coma a única possibilidade de explicação da realidade, desenvolveram suas explicações sustentadas na observação dos fenômenos da natureza.
Vemos que a filosofia nasceu de uma necessidade de explicar a razão de ser das coisas. Se, para alguns, as narrações fantásticas da mitologia serviam para explicar o mundo, suas catástrofes, seu clima, sua organização, sua origem; outras pessoas começaram a procurar respostas fora dos mitos. Os primeiros filósofos, não aceitando mais omito como a única possibilidade de explicação da realidade, desenvolveram suas explicações sustentadas na observação dos fenômenos da natureza.  Com base naobservação empírica, eles  deram as primeiras explicações científicas do surgimento do mundo, e todas elas sem recorrer ao mito.  Essa passagem da explicação mitológica à explicação científica é o que nos interessa.
A filosofia originou-se de inquietação gerada pela curiosidade humana em compreender e questionar os valores e as interpretações comumente aceitas sobre a sua própria realidade. Com base na observação empírica, eles deram as primeiras explicações cintíficas do surgimento do mundo, e todas elas sem recorrer ao mito. Essa passagem da explicação mitológica à explicação científica é o que nos interessa nessa apresentação.  Os dois personagens marcantes desse cenário são os portas da Grécia antiga, como Homero e Hesíodo, e os primeiro filósofos como Tales de Mileto.
Uma vez que a filosofia surge da busca dos seres humanos pela verdade, torna-se de suma importância compreender como os filósofos , ao longo da história, lidaram com as questões pertinentes a essa busca. 
Todavia, só seremos capazes de decifrar o problema da verdade se antes entendermos quais são as questões que o envolvem.
A reflexão sobre as questões é o momento essencial não apenas da produção filosófica, mas da própria aprendizagem da filosofia.  Como não há tal aprendizagem sem reflexão dirigida à compreensão e ao esclarecimento  das questões, nossa tarefa não poderia ser outra senão a de elucidar as teses de alguns filósofos a partir da noção de compreensão do problema filosófico.

A PREEMINÊNCIA DO DIÁLOGO NA VIDA COMUNITÁRIA DA PÓLIS
A filosofia foi marcada pela presença inegável do desejo pela verdade. Pode-se dizer que a própria filosofia surgiu desse sentimento, mas para isso é necessário considerar a transformações espirituais e intelectuais dos gregos no século VII e VI a.C com o aparecimento de Pólis.
 A Pólis,a cidade grega, era o centro principal da estrutura comunitária e política da Grécia antiga.  Durante muitos séculos, aquilo que chamamos de Grécia não era um pais como nós entendemos hoje, mas sim várias cidades-Estados (polis), independedentes e autônomas entre si. As polis uniam-se ou se separavam de acordo com as circunstâncias e conveniências.  
No período da cultura helênica( um ideal de Alexandre: o de levar e difundir a cultura grega aos territórios que conquistava,) todos os ramos de atividade espiritual ou intelectual brotavam diretamente na vida em comunidade dessa cidade,que tinham um objetivo comum:a buscar de denominador comum ante as diferentes opiniões. Tal busca realizava-se por meio da utilização preeminente da palavra, isto é, do diálogo, sobre todos os outros instrumentos políticos de ação social. Então o diálogo e a dialética que é um discurso significativo entre dois indivíduos, tornaram um instrumento da realização política de Pólis. As opiniões opostas sobre alguma coisa deveriam discutir ou argumentar até que se pudesse determinar qual dos contrários era verdadeiro e qual era falso.
“A palavra” surgiu em Pólis, mas os poetas gregos Homero e Hesíodo, concebiam o verdadeiro como revelação divina, ou seja, algo desvelado por meio de uma palavra mítico-religiosa na revelação das origens e princípios dos deuses e do kosmo(mundo).foi em Polis que elaborou uma palavra –dialogo que contrapôs a essa palavra místico-religiosa dos poetas homéricos. No entanto, que se fundamentava o discurso dos poetas gregos?

A pólis (πολις) - plural: poleis (πολεις) - era o modelo das antigas cidades gregas, desde o período arcaico até o período clássico, vindo a perder importância durante o domínio romano. Devido às suas características, o termo pode ser usado como sinônimo de cidade. Definindo um modo de vida urbano que seria a base da civilização ocidental

O DISCURSO MÍTICO-RELIGIOSO DOS POETAS GREGOS
O discurso do poeta é o discurso de um individuo investido de autoridade divina, sendo incontestável porque eram revelações dadas pelos deuses. Em Teogonia ou origem dos deuses, as revelações eram dadas pelos deuses (também conhecida por Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico em 1022 versos hexâmetros escrito por Hesíodo no séc. VIII a.C., no qual o narrador é o próprio poeta.)
 Aletheia em grego significa à palavra e “verdade” em português, mas para Hesíodo é “revelações”, dadas pelas Musas filhas de Zeus e de Mnemosyne(memória) que apresentavam aos poetas a “verdade” oculta semelhante aos fatos,devido a isso os poetas não se consideravam inventores de suas histórias pelo ao contrário eles se auto afirmavam como portadores de revelações divinas.O conteúdo revelado refere-se as origem do mundo perdido há muito tempo, privado pela revelação das deusas.

A RELAÇÃO MEMÓRIA-ESQUECIMENTO NO DISCURSO DOS POETAS GREGOS
Aedos  =  como eram chamados os poetas da Grécia antiga
Homero e Hesíodo  = poetas da Grécia antiga
Teogonia  = também conhecida por Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico em 1022 versos hexâmetros escrito por Hesíodo no séc. VIII a.C., no qual o narrador é o próprio poeta.
Hesíodo faz parte de uma geração intermediária de cantores inspirados pelas Musas, cujos precedentes encontram-se em Homero. Embora ele dê à sua produção um tom diferenciado da pura narrativa épica.
Hesíodo, seguidor, como Homero, da técnica do hexâmetro dactílico, será o primeiro a afastar-se da épica homérica, em razão não de sua forma, mas de seu conteúdo. Diferentemente de Homero, cujo parâmetro ético-político sustenta-se entre o heroísmo guerreiro e a confrontação com a vontade dos deuses, o tom da poesia hesiódica, por sua vez, é genuinamente moralizante, religioso e didático.
No proêmio da Teogonia(Genealogia dos Deuses, é um poema mitológico) , encontramos um Hino às Musas, em tudo semelhante aos Hinos homéricos, cujo diferencial está na relação privilegiada que Hesíodo estabelece com as Musas.
Homero chamava de alethéia, e que nós, ao longo de nossa hostória ocidental, traduzimos por “verdade”.  Ora, “verdade” é o termo que usamos para afirmar  o estado de conformidade com alguns princípios lógicos, ou a conformidade com os fatos ou realidades. Contudo, também usamos a palavra “verdade” para designar aquilo que está em contraste com o que denominamos “mentira”. Porém, este não é o sentido  de alethéia veiculado pelos gregos antigos.  Alethéia é o não-esquecido, o não-perdido, o não-oculto, ou seja, o lembrado, o encontrado, o visto, o visível, o manifesto aos olhos da alma.  Esse sentido de verdade, como não-esquecimento, permeia todo o discurso mítico-religioso dos poetas homéricos, transformando-o numa autêntica “mnemoécnica “ – uma espécie de técnica de momorização.
Apesar de Hesíodo continuar nomeando a sua atividade como canto (aoidé) (1), a distinção entre ele, Homero e os demais aedos de sua época justifica-se de duplo modo: primeiro, pelo fato de as Musas dirigirem-se nominalmente a ele, e segundo, pela constatação de ter sido ele, o primeiro a assumir a autoria de seu trabalho (2). Na seqüência desta passagem, deparamo-nos com outra expressão pela qual o bardo define a atividade das Musas e a sua própria.
Ao apresentarem-se para Hesíodo, as Musas habilitam-no como portador do conteúdo de seus discursos, assim como lhe revelam o seu próprio conhecimento acerca da origem, do gênero, do ser e do devir dos deuses do Olimpo.
Para o poeta  realizar a façanha de ouvir as divinas revelações, ele deveria aproximar-se da Musas e pedir para que elas lhe dissessem a verdade que só poderia ser contemplada pelos deuses.
Esse  discurso é mais flexível, e nele Hesíodo vem anunciar o seu próprio critério de verdade com o aval das Musas (3). Se as Musas homéricas pronunciam "mentiras semelhantes a fatos verdadeiros", as Musas hesiódicas ultrapassam-nas em poder, pelo fato de permitirem-se não apenas proferir o discurso tradicional (4), mas ainda terem o privilégio de declarar "verdades". Detentoras desse atributo, elas transmitem-no ao aedo beócio, responsabilizando-o pela transmissão desse mýthos aos seus ouvintes. Hesíodo formaliza essa função ao afirmar:
Devidamente habilitado (5), o aedo de Ascra passa a ter a competência e a autoridade necessárias para revelar os saberes das Musas entre os mortais.
Portador dessa insígnia admirável, o pastor ultrapassa a sua condição humana e transforma-se num homem divino, num profeta, capaz de desvendar os mistérios do futuro e do passado, graças ao poder divinatório e ontofânico das Musas, quando estas assim determinarem. Este dom da clarividência elas recebem de sua mãe, Memória (Mnemosýne). Só esta é capaz de resgatar os acontecimentos esquecidos e revelá-los às Musas. Estas, por sua vez irão transmiti-los a seus legítimos representantes no mundo dos homens, os aedos.
Hesíodo, além do passado, fala dos acontecimentos vivenciados por ele mesmo, em seu próprio tempo, e ainda do futuro. Como elo da corrente envolvendo Memória, as Musas e ele próprio, o mesmo beneficia-se dessa relação recebendo diretamente das divindades o dom de cantar o passado, o presente e o futuro, pois estas, no Olimpo,
Nessa correlação entre mentira (pseudés) e verdade (alethés), se verdade for tomada como a negação de esquecimento (léthe), isto é, como "coisas que se rememoram ou que se tiram do esquecimento" (Brandão, 2000, p.16), então teríamos dois níveis de antagonismos, compreendendo, por um lado, dizer mentiras (pseúdea légein) oposto a verdades proclamar (alethéa gerýsasthai) e, por outro, mentiras (pseúdea) contrapondo-se a fatos semelhantes (etýmoisin homoía).

AS PRIMEIRAS EXPLICAÇÕES DAS ORIGENS DOS KÓSMOS BASEADAS NA OBERVAÇÃO DA PHÝSIS
A formação do pensamento filosófico se deu na passagem do mito(mýthos) para a razão (lógos). Os deuses têm sua importância relativa pela razão a partir dos elementos existentes na natureza estudados pelos pré-socráticos, tendo sua metodologia baseada na pesquisa bibliográfica. O método utilizado é o individuo.
Considerando os pré-socráticos como os filósofos de uma período do pensamento grego, o qual pode ser denominado como naturalista, visto que esses filósofos tinham como objetivo descobrir a substãncia única, a causa, o princípio do mundo natural.  È sabido que o início da filosofia deu-se no momento em que o homem passou a buscar explicações de forma racional para os fenômenos da natureza, e não na mitologia.
A filosofia possui um conteúdo preciso ao nascer: é uma cosmologia.  Esta palavra é composta de duas outras: “cosmos” significa ordenado e organizado, e “logia”, que vem da palavra “logos”, que significa pensamento racional, conhecimento.  Assim, a filosofia nasce com conhecimento racional da ordem do mundo ou da natureza, daí, cosmologia.
No período mitológico existiam inúmeras explicações para todas as transformações e todos os fenômenos que ocorriam na natureza, porém com o passar do tempo tais explicações não satisfaziam as pessoas pela sua incoerência. Surgiu então a necessidade de colher informações precisas e racionais sobre tais coisas.
Os primeiros filósofos, como buscavam as suas respostas na natureza e também viam por meio desta as explicações sobre a origem, as transformações e a ordem de todas as coisas que ocorriam se perguntavam como tais transformações poderiam ocorrer, buscavam entender qual era o início de todas as coisas.
Para melhor compreensão, pense: “o que nasceu primeiro: o ovo ou a galinha?”. A partir desse pensamento podemos comparar os questionamentos que faziam os primeiros filósofos.   
O movimento que fazia a natureza (kínesis) explicaria como o mundo se transforma permanentemente. Tudo o que há no mundo vive em constante transformação, passando de um estado ao seu contrário, ou seja, dia-noite, quente-frio, claro-escuro e outros. Apesar de concordarem sobre a natureza que se transformavam a todo o tempo, os filósofos discordavam sobre o princípio eterno e imutável que originaria a natureza.
Os filósofos pré-socráticos tiveram seu interesse filosófico voltado para a natureza (phýsis), assim sendo, os primeiros filósofos eram investigadores da natureza, ou phýsicos.
A filosofia, ao nascer, teve definida a sua busca: uma explicação racional sobre a origem e ordem do mundo, o Kósmos (cosmos). Por Tal motivo os primórdios da filosofia grega são considerados de caráter cosmológico. Os primeiros filósofos se ocuparam principalmente de indagações a respeito do mundo ao seu redor, que também envolviam a percepção do lugar do homem nele. Essa busca trouxe à luz uma divergência entre a ciência e o senso comum.


TALES DE MILETO E A NOVA MANEIRA DE CONCEBER A ORIGEM DO KÓSMOS
Até então, o homem tinha como herança cultural a crença de que tudo – desde as quatro estações até a morte – era relacionado a um deus ou um mito. Surge então uma nova mentalidade, que passa a substituir as antigas construções mitológicas pela forma intelectual, expressa por meio de especulação livre sobre a natureza do mundo e as finalidades da vida. Neste período houve o desenvolvimento da matemática, da ciência e da filosofia. O primeiro a levantar essas questões foi Tales de Mileto.
A grandeza desses primeiros filósofos está no fato, não de com eles ter começado a filosofia, mas por terem “formulado questões, problemas e condições da ciência e da filosofia, que permanecem significativas até hoje” ( OLIVA; GUERREIRO,200, p.10).
Diferentemente dos poetas, os jônios foram à procura de “um substrato imutável, imanente às coisas mutáveis, capaz de despontar como fundamento último de tudo quanto existe e de dar conta da espantosa diversidade dos fenômenos” (OLIVA;GUERREIRO,2000, p.32).  Estes tinham como objetivo principal qual a única substância que constitui o ser.
Os Jônios foram os primeiros a se questionar sobre o que seria a arché (principio, origem)das coisas. Para Tales e esse princípio seria a água, afinal,  a terra repousa sobre ela, e, tudo o que morre se resseca.  Anaximandro põe como princípio universal uma substância indefinida, chamada apeíron (ilimitado). Por fim, para Anaxímenes, discordando de seu mestre, o princípio é infinito em grandeza e quantidade, mas não é indeterminado, ele é o ar.

Notas
1. Hesíodo não é um aedo nos moldes homéricos, nem tampouco um poietés. Ele faz parte de uma geração intermediária de cantores inspirados pelas Musas, cujos precedentes encontram-se em Homero. Embora ele dê à sua produção um tom diferenciado da pura narrativa épica, não podemos classificá-lo como poeta, nos moldes como chamamos Arquíloco e os primeiro poetas líricos e elegíacos.

2. Ao assinar sua obra, Hesíodo distingue-se não apenas dos aedos jônicos, mas também dos rapsodos, ou melhor, daqueles que sabem costurar cantos (rápthein áoidén) como ele próprio anuncia no Fr. 265, em virtude de sues cantos denotarem a marca de sua originalidade e de sua individualidade.

3. Torrano mostra que há um consenso entre os tradutores modernos de que o verso 27 remete a Homero e o verso 28 ao próprio Hesíodo. West, em Hesiod - Theogony and Commentary rejeita esta interpretação, e argumentando: "nenhum grego jamais considerou a épica de Homero como substancialmente ficção" (1966, p.162). Além do mais, não há nenhuma referência à épica homérica nessa passagem. Dado esse fato, pensa West, é impossível considerar, senão numa leitura moderna desses versos, "onde a idéia de autor e de autoria ganha tanto peso e tão decisiva importância que se sobrepõe aos nomes e as noções dos deuses" (Torrano, 1987, p.8), um paralelo entre uma épica mentirosa atribuída a Homero e uma épica verdadeira atribuída a Hesíodo. Ou seja, se não existe um tal confronto, as Musas parecem querer convencer Hesíodo dizendo: "Você tem vivido na ignorância da verdade. Mas agora você vai dizê-la aos homens. Reconhecidamente, nós às vezes mentimos; mas quando nós escolhemos, podemos manifestar a verdade, e vamos manifestá-la a você" (West, 1966, 162). O que não deixa de ser, de um certo modo, uma interpretação moderna.

4. Comparar o discurso de Odisseu a Penélope, em Odisséia XIX203 ao verso 27 da Teogonia.


5. O cetro feito com ramo de loureiro representa o símbolo do poder entre os aedos e rapsodos. O portador do cetro de loureiro, o aedo, "é o senhor da Palavra eficaz e atuante" (Torrano, 1995, p.27) transmitida pelas Musas tornando-se apto a cantar, como elas, o mundo dos deuses e dos homens, assim como o presente, o passado e o futuro.


REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
I - FONTES ANTIGAS
HESÍODO. Teogonia. Trad. J. Torrano. São Paulo: Iluminuras, 1995.
HESÍODO. Os trabalhos e os dias. Trad. M. C. N. Lafer. São Paulo: Iluminuras, 1996.
HOMERO. Ilíada. Trad. C. A. Nunes. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.
HOMERO. Odisséia. Trad. C. A. Nunes. Rio de Janeiro: Tecnoprint, s/d.

II - FONTES MODERNAS
BRANDÃO, J. L. As musas ensinam a mentir (Hesíodo, Teogonia, 27-28). Ágora. Estudos Clássicos em Debate 2 (2000) p.7-20.
CHAUÍ, Marilena. Introdução à história da Filosofia.
HARTOG, F. A história de Homero a Santo Agostinho. Tradução de J. L. Brandão. Belo Horizonte: UFMG, 2001.
HAVELOCK, E. A. Prefácio à Platão. Trad. E. A. Dobranzsky. São Paulo: Papirus, 1996.
ROMILLY, J. Fundamentos de Literatura Grega. Trad. M.G. Kury. Rio de Janeiro: Zahar, 1980.
TORRANO, J. Mito e culto das Musas. Folhetim. Folha de São Paulo 564 (1987) p.8-10.
TORRANO, J. O (conceito) de mito em Homero e Hesíodo. Boletim do CPA 4 (1997) p.27-34.
TORRANO, J. Mito e verdade em Hesíodo e Platão. Letras Clássicas 2 (1998) p.11-26.
Referências
ABBAGNANO, Nicola. História da Filosofia. 6. ed. Lisboa: Editorial Presença, 1999.
MARCONDES, Danilo. Iniciação à História da Filosofia: dos pré-socráticos a Wittgenstein. 8. ed. Rio de
Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2004.
OLIVA, Alberto; GUERREIRO, Mario. Pré-socráticos: a invenção da filosofia. Campinas: Papirus, 2000.
REALE, Giovanni. História da filosofia antiga. São Paulo: Loyola, 1993. 1v.

INTERNET
Jovelina Maria Ramos de Souza é mestra em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG)

Teologia NT – G.E. Ladd - HAGNOS, Resumo dos capítulos 9,10 e 11 do livro ,


Capitulo 9 -  O Messias

     Messias era um título para identificar Jesus.
     Christos, que é propriamente um título designativo de “ungido”, tornou-se logo um nome próprio. Cristo passou a ser nome próprio quando o evangelho chegou ao mundo gentílico.
     Jesus morrendo na cruz, era algo horrendo, representava a violação mais baixa na escala da pirâmide social. Seu sacrifício foi abrangente a toda a humanidade.
     Na organização do Antigo Testamento, várias pessoas foram ungidas com óleo e, em decorrência, separadas para cumprir alguma função divinamente ordenada na teocracia. Esta unção indicava uma designação divina para o ofício teocrático em questão e, por seguinte, indicava que, em virtude da unção, as pessoas ungidas pertenciam a um círculo especial de servos de Deus e que suas pessoas eram sagradas e invioláveis ( 1 Cr. 16.22).
     O termo isolado “o Messias” não ocorre de forma alguma no Antigo Testamento. A palavra sempre tem um genitivo ou sufixo qualificativo, como “o messias de Jeová”, ou “meu messias”.  Em Salmos 2:2, o título parece referir-se a um rei messiânico. Este é o uso messiânico mais destacado da palavra, no Antigo Testamento.
O uso mais primitivo do vocábulo “messias”, em um contexto messiânico, é o encontrado no cântico de Ana ( 1 Sm. 2:10), quando ela ora: “O Senhor julgará as extremidades da terra; e dará força ao seu rei, e exaltará o poder dos eu ungido”.  Esta profecia projeta-se além do seu cumprimento imediato na casa de Davi e de Salomão até o seu cumprimento escatológico no grandioso Rei messiânico, o Filho de Davi. Na maior parte das profecias que fazem referência futura ao último Rei davídico, o termo “messias” não é aplicado a este rei.  Há, entretanto, um grande número de importantes profecias que fazem referencia futura ao domínio de um rei davídico.  A profecia em 2 samuel 7:12 e SS., promete que o reino de Davi permanecerá para sempre.
     A palavra “messias” não ocorre com grande freqüência na literatura do período intertestamentário.  O Reino desejado é terreno e político em sua forma, embora um tom fortemente religioso possa ser percebido. O povo esperava um Messias político e libertador. Jesus, porém, veio como libertador espiritual que nasceu em Belém, descedente de Davi, tendo seu reino para sempre e também sendo Rei terreno davítico.
     A comunidade de Qumran esperava dois ungidos: um sacerdote ungido (de Arão) e um rei ungido de (Israel). O messias sacerdotal recebeu a supremacia sobre o messias real, porque os sectários de Qumran eram derivados de uma origem sacerdotal e exaltaram seu ofício.  Entretanto, o messias davídico desempenha um importante papel em sua expectativas. “não faltará monarca à tribo de Judá quando Israel governar, e não faltará um descedente que se assente no trono de Davi. Pois o cetro do comandante é a aliança do reinado, e os pés são os milhares de Israel.  Até que o Messias da Justiça venha, o Renovo de Davi; pois a Ele e à sua semente foi dado a aliança do reino de seu povo por todas as gerações”.
     As Similitudes de Enoque apresentam um conceito diferente: um filho do homem preexistente, divino e sovrenatural, que foi mantido na presença de Deus até o tempo próprio, e que depois estabeleceria o Reino de Deus sobre a terra. Obviamente, isto é uma interpretação da midrash de “um como o filho do homem”, em Daniel 7:13.

     O Messias é mencionado em dois apocalipse do primeiro século de nossa era. Entretanto, na literatura rabínica como um todo, o messias real davídico torna-se a figura central na esperança messiânica, ao passo que o termo Filho do Homem deixa de ser utilizado.
     Muitos estudiosos da esperança messiânica judaica omitem uma das fontes mais importante: os próprios Evangelhos.  Ele deveria ser um filho de Davi (Mt.21.9), e, mesmo que soubessem que deveria nascer em Belém, havia uma tradição que dizia que deveria aparecer repentinamente ente o povo a partir de uma origem obscura (Jo.7:26-27).  Quando o Messias aparecesse, parmaneceria para sempre ( Jo. 12:34)
     O elemento mais importante nesse expectativa é que o messias seria o rei davídico. O povo desejava como seu messias um líder poderoso que sobrepujasse Roma.  No auge de sua popularidade, quando Jesus já havia manifestado o poder divino que nele habitava, por meio da multiplicação dos pães e dos peixes, para alimentar cinco mil pessoas, um movimento espontâneo surgiu, no qual as multidões tentaram tomar Jesus pela força, para fazê-lo rei (Jo. 6.15), na esperança de que Ele pudesse ser persuadido a empregar seus notáveis poderes para derrubar o jugo pagão e livrar o povo de Deus de sua odiosa escravidão e, dessa forma, inaugurar o Reino de Deus.
     Se o propósito de Jesus tivesse sido oferecer aos judeus esse reino davídico, político e terreno, eles o teriam aceito de imediato e estariam dispostos a segui-lo até a morte, se necessário fosse, para verem a inauguração desse reino. Desejavam um rei para libertá-los de Roma, não um salvador para redimi-los dos seus pecados.
     Assim, como parece ser o caso, “messias” sugeria às mentes dos judeus um filho real de Davi, que seria ungido por Deus para trazer o livramento político do jugo dos pagãos a Israel e para estabelecer o reino terreno. Assim, fica evidente, de imediato, que seria necessário que Jesus utilizasse o termo somente com a maior reserva possível.  O messiado que Jesus veio execer foi de um caráter bem diferente daquilo que o termo sugeria à mentalidade popular. Pode-se compreender por que razão Ele não fez uso muito extensivo de um termo que sugeria à mentalidade popular algo bem diferente daquilo que Jesus pretendia.
     A palavra Christos, com bem poucas exceções, aparece nos quatro Evangelhos como um título, e não como um nome próprio.
     Jesus começou a ensinar aos seus discípulos que deveria sofrer e morrer.
     O Antigo Testamento aguardava um rei que seria descendência de Davi ( Jr.23:5; 33:15). O ungido do Senhor nos Salmos de Salomão é o Filho de Davi (Salmos de Salomão 17:23).  No judaísmo pós-cristão, a expressão “Filho de Davi” ocorre com freqüência como um título do Messias. Em várias ocasiões, Jesus for reconhecido como o Filho de Davi, segunda narrativa de Mateus.  Este título aparece somente uma vez em Marcos (10:47), pois teria menos significado para uma audiência gentílica do que para leitores judaicos. Está claro em Romanos1:3 que
Jesus foi reconhecido como descendente de Davi:”... da descendência de Davi segundo a carne”.
     Satanás vendo Jesus morrendo na cruz teve um sentimento de tristeza, não estava sendo consumada a derrota de Jesus.
      


Capitulo 10 -  O Messias

     Do ponto de vista teológico, uma das designações messiânicas mais importantes nos Evangelhos Sinóticos é o Filho do homem. Três fatos são de importância superlativa. Na tradição registrada nos evangelhos o Filho do Homem foi o modo favorito de Jesus fazer referência a si próprio; de fato, é o único título que ele utiliza livremente. Em segundo lugar, o título nunca é usado por ninguém mais designar a Jesus. Em terceiro lugar, não há evidência em Atos ou nas epístolas de que a igreja primitiva tenha chamado Jesus de Filho do Homem. A única ocorrência do título fora dos Evangelhos é a encontrada na visão de Estevão (At.7:56). O fato de que o título nunca tenha sido usado como uma designação messiânica para Jesus na igreja primitiva, é algo marcante.
     Os patriarcas da igreja interpretaram a frase como uma referência primária à humanidade do Filho de Deus encarnado. Muitas das discussões e comentários mais antigos assumem este significado teológico da frase, interpretando-a como se fundamentalmente fizesse referência à humanidade de Jesus e à sua identidade com o seres humanos. Essa interpretação incorre em erro, porque negligencia o contexto histórico e a importância da expressão.
     Um objeção à descrição encontrada nos Evangelhos é que Jesus jamais poderia ter aplicado este título a si mesmo, em virtude do título não existir em aramaico – a língua materna de Jesus – e, por razões lingüísticas, o termo é considerado como um vocábulo impossível. É verdade que a expressão idiomática pode simplesmente significar “homem”.
     Outra objeção suscitada diz que a frase “Filho do Homem” nos lábios de Jesus não tem outro significado senão o de funcionar como substituto para o pronome da primeira pessoa, e, conseqüentemente, não tem outro significado além de “EU”.
     A expressão “Filho do homem” não é incomum no Antigo Testamento, utilizada simplesmente par designar a humanidade. A expressão ocorre no livro de Ezequiel como o nome particular pelo qual Deus se dirige ao profeta. Alguns intérpretes concluíram que o contexto para o uso que Jesus fez da expressão encontra-se em Ezequiel.

     Nas similitudes de Enoque (1 Enoque 37-71), o Filho do Homem tornara-se um título messiânico de uma figura divina preexistente, que desce à terra para sentar-se sobre o trono do juízo, para destruir os ímpios da terra, para libertar os justos e para reinar em um reino de glória, quando os justos serão revestidos dos paramentos de glória e de vida e entrarão em uma abençoada relação de comunhão com o Filho do Homem para todo o sempre.
     Nos evangelhos ninguém mais usou esse termo além de Jesus. Fora do evangelhos foi usado por Estevão.
     Houve uma interpretação distinta se referindo a humanidade de Jesus:
1ª.) objeção – Jesus jamais poderia aplicado esse título a si mesmo pois não existia na língua materna de Jesus, aramaico
2ª.) Objeção – nos lábios de Jesus, essa expressão significava “EU” (pronome)
     Nos Evangelhos a expressão Filho do Homem poderia ser caracterizado em 3 caegorias:
     - terreno = embora humano, ainda assim Messias
     - sofredor = Messias sofreu
     - Apocalíptico = aquele que virá em sua Glória.
     Embora Jesus fosse meramente humano, mas não somente humano. Servo na terra, visto no sofrimento e na glória eterna.
     Jesus reivindicou ser o Messias, ao designar a si mesmo como o Filho do Homem; mas, pelo modo como usou o termo, indicou que seu messiado era de um tipo muito diferente daquele que era popularmente aguardado. A frase “Filho do Homem” permitiu-lhe reivindicar possuir dignidade messiânica, mas também interpretar aquele ofício messiânico a seu próprio modo.  Foi uma reivindicação, portanto, que não seria porntamente reconhecida pelas pessoas que possuíam um conceito errôneo do Messias, mas que, sem dúvida, foi utilizada com o propósito de alertar aqueles que foram espiritualmente responsivos à presença real do Messias, muito embora em uma função messiânica jamais prevista.


Capitulo 11 -  O Filho do Deus
     A expressão “Filho de Deus” assume na Bíblia vários significados: 1)Nativista = tange a criação = Adão, todos são filhos de Deus nessa visão. ( tudo que foi criado por Deus; 2)Moral religioso = relacionado a adoção = Israel povo eleito. Foram adotados, Igreja; 3)Teológico = é o próprio Jesus. Só pode se utilizado por Jesus; 4)Messiânico = Reis, da linhagem de Davi (II Sam. 7.14). Por esse modo os judeus acreditavam que o messias deveria vir como um governador = rei terreno.
     A expressão messiânica “O Filho de Deus” é a mais importante no estudo da auto-revelação de Jesus. Na história do pensamento teológico, essa expressão conota a divindade essencial de Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus, ou seja, Deus o Filho, a segunda pessoa da Trindade.
     Uma criatura de Deus poder ser denominada filho de Deus em um sentido nativista em virtude de dever sua existência à atividade criativa imediata de Deus.
     Na segunda maneira, a expressão “filho de Deus” pode ser usada para descrever a relação que os homens podem manter com Deus como os objetos peculiares de seu cuidado amoroso. Este é o uso moral-religioso e pode ser aplicado tanto às pessoas em geral com à nação de Israel.
     Em terceiro significado é messiânico; o rei da linguagem de Davi é designado como filho de Deus ( 2Sm. 7:14). Esse uso não envolve uma implicação necessária quanto à natureza divina do personagem messiânico; o termo refere-se à posição oficial de Messias.
     Um quarto significado é o teológico. Na revelação contida no Novo Testamento e na teologia cristã que se desenvolveu posteriormente, a expressão “Filho de Deus” veio a ter um significado mais elevado: Jesus é o Filho de Deus porque Ele é Deus e participa da natureza divina.
     Jesus apresentou-se como Filho de Deus de um modo único, pois estava separado de todos os outros seres humanos no sentido de que partilhava de uma unicidade com Deus, algo impossível aos seres humanos comuns.
       Filho do homem – mais importante no ponto de vista teológico auto-revelação
       Filho de Deus – mais importante no ponto de vista no estudo da auto-revelação de Jesus como Messias.
Resumo dos capítulos 9,10 e 11 do livro Teologia NT – G.E. Ladd - HAGNOS

O título e conceito de Messias (Christos = Mãsîah = ungido)


MINHAS aNOTAÇÕES PARA ESTUDO

O título e conceito de Messias (Christos = Mãsîah = ungido), historicamente falando, senão teologicamente, é o mais importante de todos os conceitos cristológicos, porque se tornou o modo central de designar a compreensão cristã da pessoa de Jesus.
Christos, que é propriamente um título designativo de “ungido”, tornou-se logo um nome próprio.  Jesus tornou-se conhecido não só como Jesu, O Cristo ou Messias (At.3:20), mas como Jesus Cristo ou Cristo Jesus. Só ocasionalmente Paulo fala de Jesus; quase sempre usa o nome composto; e refere-se com mais freqüência a “Cristo” do que a “Jesus”.  Embora não possamos ter certeza, parece que Christos tornou-se um nome próprio quando o evangelho de Jesus como o Messias fez as primeiras incursões no mundo gentílico.
O povo esperava um messias político, libertador. Jesus libertador espiritual.
Na organização do Antigo Testamento, várias pessoas foram ungidas com óleo e, em decorrência, separadas para cumprir alguma função divinamente ordenada na teocracia, sacerdotes (Lv4:3; 6:22), reis (1 Sm. 24:10; 2 Sm 19:21; Lm 4:20), e possivelmente os profetas (1 Rs. 19:16).  Esta unção indicava uma designação divina para o ofício teocrático em questão e, por conseguinte, indicava que, em virtude da unção, as pessoas ungidas pertencia a um círculo especial de servos de Deus e que suas pessoas eram sagradas e invioláveis (1 Cr. 16:22).
O termo isolado “O Messias” não ocorre de forma alguma no Antigo Testamento.  A palavra sempre tem um genitivo ou sufixo qualificativo, como “ o messias de Jeová”, ou “meu messias”.  Alguns estudioso insistem que em parte alguma do Antigo Testamento o vocábulo messias é aplicado a um rei escatológico. Esta, conclusão, entretanto,  é questionável. Em Salmos 2:2, o título parece referir-se a um rei messiânico.  Este é o uso messiânico mais destacado da palavra, no Antigo Testamento.
A IDÉIA MESSIÂNICA NO JUDAISMO: o reino desejado é terreno e político em sua forma, embora um tom fortemente religioso possa ser percebido.
A EXPECTATIVA MESSIÂNICA NOS EVANGELHOS:  é bastante notório que o povo esperava que um messias aparecesse (Jo. !:20,41; 4:29; 7:31; Lc 3:15). Ele deveria ser um filho de Davi (Mt.21:9; 22:42), e, mesmo que soubessem que deveria nascer em Belém. (Jo.7:40-42; Mt. 2:5), havia uma tradição que dizia que deveria aparecer repentinamente entre o povo a partir de um origem obscura (Jo. 7:26-27). Quando o Messias aparecesse, permaneceria para sempre (Jo. 12:34).
O elemento mais importante nessa expectativa é que o messias seria o rei davídico.
O povo desejava como seu messias um líder poderoso que sobrepujasse Roma.  No auge de sua popularidade, quando Jesus já havia manifestado o poder divino que nele habitava, por meio da multiplicação dos pães e dos peixes, para alimentar cinco mil pessoas, um movimento espontâneo surgiu, no qual as multidões tentaram tomar Jesus pela força, para fazê-lo rei (Jo. 6:15), na esperança de Ele pudesse ser persuadido a empregar seus notáveis poderes para derrubar o jugo pagão e livrar o povo de Deus de sua odiosa escravidão e, dessa forma, inaugurar o Reino de Deus.  Se o propósito de Jesus tivesse sido oferecer aos judeus esse reino davídico, político e terreno, eles teriam aceito de imediato e estariam dispostos a segui-lo até a morte, se necessário fosse. Desejavam um rei para libertá-los de Roma, não um salvador para redimi-los dos seus pecados.
Assim, como parece ser o caso, “messias” sugeria às mentes dos judeus um filho real de Davi, que seria ungido por Deus para trazer o livramento político do jugo dos pagãos a Israel e para estabelecer o reino terreno.  Assim, fica evidente, de imediato, que seria necessário que Jesus utilizasse o termo com a maior reserva possível.  O messiado  que Jesus veio exercer foi de um caráter bem diferente daquilo que o termo sugeria à mentalidade popular, ... , podemos compreender por que razão Ele não fez um uso extensivo de um termo que sugeria à mentalidade popular algo bem diferente daquilo que Jesus pretendia.
O FILHO DE DAVI:  O Antigo Testamento aguardava um rei que  seria da descendência de Davi (Jr. 23:5; 33:15).   No judaísmo pós-cristão, a expressão “Filho de Davi” ocorre com freqência como um título do Messias. Em várias ocasiões, Jesus foi reconhecido como o Filho de Davi, segundo a narrativa de Mateus (Mt.9:27; 12:23; 15:22; 20:30).   Esse título aparece somente uma vez em Marcos (10:47), pois teria menos significado para uma audiência gentílica do que para leitores judaicos.  Está claro em Romanos 1:3 que Jesus foi reconhecido como descendente de Davi: “...da descendência de Davi segundo a carne”.
Mateus 22:41-46; Marcos 12:35-37 – Jesus tomou a ofensiva contra os líderes judaicos com a pergunta  ”Como dizem os escribas que o Cristo é Filho de Davi? O próprio Davi desse pelo Espírito Santo: O Senhor disse ao meu Senhor: Assenta-te à minha direita, até que eu ponha os teus inimigos por escabelo dos teus pés.  Pois, se Davi mesmo lhe chama Senhor, como é logo seu filho?”   Alguns estudiosos interpretam esta passagem como uma rejeição completa da filiação davídica.  Isto é improvável, pois a descendência davídica do Messias nunca foi negada nos escritos cristãos do primeiro século.  Outros a interpretam como se o significado fosse de que a filiação davídica não tem valor na missão messiânica de Jesus.  Uma melhor interpretação é que Jesus está acusando os escribas de uma interpretação do Messias inadequada.  O próprio Davi escreveu: “Disse o SENHOR (Deus) ao meu Senhor ( o Rei messiânico): Assenta-te à minha mão direita”.  Não há, certamente, uma resposta racional à seguinte questão: Como o Messias pode ser o Filho de Davi, se ele é também o Senhor de Davi, pelo menos, conforme as pressuposições dos escribas?  Aqui Jesus toca no verdadeiro segredo messiânico. “ Parece ( Mc. 12:35-37), embora a passagem não afirme a reivindicação, que Jesus é sobrenatural em dignidade e em origem, e que sua filiação não é simplesmente uma mera questão de descendência humana.
Esta é a indicação para o uso que Jesus fez do termo messias.  Ele Ra o Messias, mas não o conquistador guerreiro das esperanças judaicas daquela época.  Evitou o título em virtude de suas implicações nacionalistas com referências aos judeus; na ocasião aceitou o título, porém reinterpretou-o, particularmente por meio do uso que fez do termo “Filho do Homem”.
Historicamente, há muitas razões para aceitarmos a precisão da tradição dos Evangelhos.  Jesus iniciou um movimento que levou muitas pessoas a crerem que ele era o “messias”.  Ele reivindicou ser aquele que estava cumprindo as promessas messiânicas do Antigo Testamento  (Lc. 4:21; Mt.11:4-5), por intermédio de quem o Reino de Deus está presente no mundo ( Lc. 11:20 e Mt. 12:28).  O Sinédrio interrogou-o, pois procurava saber se era o Messias, e enviou-o a Pilatos sob a acusação de pretender ser um rei messiânico.  Jesus foi crucificado devido a esta última acusação.  A categoria de messiado foi considerada tão importante, que Christos converteu-se em um nome próprio.  A memória da igreja reconheceu-se claramente como o Messias.
A explicação mais natural para esses fatos é que Jesus agiu como o Messias; contudo um Messias muito diferente das expectativas judaicas daquela época.  È difícil crer que Jesus tenha desempenhado um papel de forma involuntária, do qual não tivesse consciente.  Ele, certamente, sabia que era o Messias.