C A H E R J

C A H E R J
Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Por que seminaristas costumam perder a fé durante os estudos teológicos?


Augustus Nicodemos Lopes: Por que seminaristas costumam perder a fé durante os estudos teológicos?

Não quero dizer que acontece com todos. Mas, acontece com muitos. Conheço vários casos, inclusive próximos a mim, de jovens cristãos fervorosos, dedicados, crentes, compromissados com Deus, que gostavam de orar e ler a Biblia, que evangelizavam em tempo e fora de tempo, e que depois de entrar no seminário ou faculdade de teologia, esfriaram na fé, se tornaram confusos, críticos, incertos e até cínicos. Como Tomé, não conseguem crer (espero que ao final venham a crer, como graciosamente aconteceu com Tomé).

E isso pode acontecer até mesmo em seminários cujos professores são conservadores, que acreditam na Bíblia de capa a capa. Esse quase foi o meu caso. Após minha conversão em 1977, depois de uma vida desregrada e dissoluta, dediquei-me à pregação do Evangelho e a plantar igrejas. Larguei meu curso de Desenho Industrial na Universidade Federal de Pernambuco e fui trabalhar como obreiro no litoral de Olinda, pregando a uma comunidade de pescadores, depois no interior de Pernambuco entre plantadores de cana e finalmente entre viciados em droga em Recife. Todos me aconselhavam a fazer o curso de seminário e a me tornar pastor. Eu resistia, pois tinha receio de que quatro anos em um seminário iriam esfriar o meu ânimo, meu zelo, minha paixão pelas almas perdidas. Eu conhecia vários seminaristas e não tinha a menor intenção de me tornar como eles. Finalmente cedi. Entrei no seminário aos 24 anos de idade, provavelmente como um dos mais relutantes candidatos ao ministério que passara por aquelas portas. Tive professores muito abençoados que me ensinaram teologia, Bíblia, história, aconselhamento. Eram todos, sem exceção, homens de Deus, comprometidos com a infalibilidade das Escrituras e com a teologia reformada. Tenho tenho que confessar, porém, que nesse período, esfriei bastante. Perdi em parte aquele zelo evangelístico, a prática de dedicar várias horas diárias para ler a Bíblia e orar. O contato com a história da Igreja, a história das doutrinas, as controvérsias, afora a carga tremenda de leituras e trabalhos a serem feitos, tudo isso teve impacto na minha vida devocional. Pela graça de Deus, durante esse período me mantive ligado ao trabalho evangelístico, à pregação. Mantive-me em comunhão com outros colegas que também amavam o Senhor e juntos orávamos, discutíamos, compartilhávamos nossas angústias, alegrias, dificuldades e planos futuros. Saí do seminário arranhado.

Infelizmente esse não é o caso de muitos. Se o Mauro Meister quisesse, ele poderia dar testemunho aqui de como quase perdeu a fé em Deus e na Palavra quando entrou no seminário da denominação à qual ele pertencia antes de ser presbiteriano. Ele teve que tomar uma decisão: ficar e perder a fé, ou sair. Preferiu sair -- pelo que todos nós somos gratos! -- e fazer outro seminário. Além desses dois casos que eu mencionei, conheço vários outros de seminaristas, estudantes de teologia, que perderam a fé, o zelo, o fervor, a confiança, e que saíram do seminário totalmente diferentes daqueles jovens entusiasmados, evangelistas, que um dia entraram na sala de aula ansiosos por aprender mais de Deus e da sua Palavra.

Existem algumas razões pelas quais essa história tem se tornado cada vez mais comum. Coloco aqui as que considero mais relevantes, sempre lembrando que muitos seminários e escolas de teologia levam muito a sério a questão da ortodoxia bíblica e do cultivo da vida espiritual de seus alunos. Não é a eles a que me refiro aqui.

1) Acho que tudo começa quando as denominações mandam para os seminários e faculdades de teologia jovens que não têm absolutamente a menor condição de serem pastores, professores, obreiros e pregadores. Muitos são enviados sem qualquer preparo intelectual, espiritual e emocional. Alguns mal fizeram 17 anos e foram enviados simplesmente porque eram líderes destacados dos adolescentes de sua igreja, eram líderes do grupo de louvor ou filhos de pessoas influentes da igreja. Não é sem razão que Paulo orienta que o líder não pode ser neófito, isto é, novo na fé (1Tim 3.6). Eles não têm a menor estrutura intelectual, bíblica e emocional para interagir criticamente com os livros dos liberais e com os professores liberais que vão encontrar aos montes em algumas das instituições para onde serão mandados. Não estarão inoculados preventivamente contra o veneno que professores liberais costumam destilar em sala de aula. E nem têm ainda maturidade para estudar teologia como se fosse uma disciplina qualquer, até mesmo quando ensinada por professores conservadores que mal oram em sala de aula.

2) Acho também que a culpa é das denominações que mantêm professores liberais ou conservadores frios espiritualmente nas cátedras de suas escolas de teologia. O que um professor que não acredita em Deus, nem que a Bíblia é a Palavra de Deus, não ora, tem para ensinar a jovens que estão na sala de aula para aprender mais de Deus e de sua Palavra? Há seminários e escolas de teologia que mantêm no corpo docente professores que nem vão mais à uma igreja local, que usam o título de pastor apenas para ocupar uma vaga na cátedra dos seminários. Nunca levaram ninguém a Cristo e nem estão interessados nisso. Não têm vida de oração, de piedade. Que exemplo eles poderão dar aos jovens que sentam nas salas de aula com a mente aberta, ansiosos e desejosos de ter modelos, exemplos de líderes para começar seus próprios ministérios?

3) Alguns desses professores têm como alvo pessoal destruir a fé de todos os seus estudantes antes mesmo que terminem o primeiro ano de estudos. Começam desconstruindo o conceito de que a Bíblia é a infalível e inspirada Palavra de Deus. Com grandes demonstrações de sapiência e erudição, eles mostram os erros da Bíblia e o engano da Igreja Cristã, influenciada pela filosofia grega, em elaborar doutrinas como a Trindade, a Divindade de Cristo, a Expiação. Mesmo sem usar linguagem direta -- alguns usam, todavia -- lançam dúvidas sobre a ressurreição literal de Cristo de entre os mortos. A pá de cal na sepultura da fé desses meninos é a vida desses professores. Além de não terem vida devocional alguma, alguns deles ensinam os seus pobres alunos a beber, fumar e freqüentar baladas e outros locais. Eles até lideram o grupo Noé (que se encheu de vinho) e o grupo Isaías ("e a casa se encheu de fumo") nos seminários!!

4) Bom, acredito que uma fé que pode ser destruída deve ser destruída mesmo, pois não era autêntica e nem sólida. Quanto mais cedo ela for destruída e substituída por uma fé robusta, enraizada na Palavra de Deus, melhor. Acontece que os professores liberais e os professores conservadores mortos só sabem destruir; eles não têm a menor idéia de como ajudar jovens candidatos ao ministério pastoral a cultivar uma mente educada, uma fé robusta e uma vida de devoção e consagração a Deus: os primeiros, porque lhes falta fé; os segundos, devoção. Ao fim de quatro anos de estudo com professores assim, vários desses jovens saem para serem pastores, mas intimamente -- alguns, abertamente -- estão cheios de dúvidas quanto à Bíblia, quanto a Deus e quanto às principais doutrinas da fé cristã. Estão confusos teologicamente, incertos doutrinariamente e cínicos devocionalmente. Quando entraram nos estudos teológicos, eram jovens que tinham como a missão principal de sua vida pregar o Evangelho, glorificar a Deus e ganhar o mundo para Cristo. Agora, após quatro anos debaixo de professores liberais ou conservadores mortos, seu único alvo é conseguir campo para ganhar o pão de cada dia e sustentar-se e à família. Esse tipo de motivação destrói igrejas em curto espaço de tempo.

5) Não podemos deixar de lembrar que ao final, se trata de uma guerra espiritual feroz, em que Satanás tenta de todos os modos corromper a singeleza e sinceridade da fé em Cristo, atacando a mente e o coração dos futuros pastores (2Cor 11:3). Usando professores sem fé e professores sem vida espiritual, ele procura minar as convicções, a certeza, o fervor e a dedicação dos jovens que se preparam para o ministério. Aqui é pertinente o lema de Calvino, orare et labutare. Pela oração, os seminaristas poderão escapar da tendência dos estudos teológicos de transformar nossa fé em um esquema doutrinário seco. E pela labuta nos estudos poderão se livrar das mentiras dos professores liberais, neo-ortodoxos, libertinos e marxistas.

Eu daria as seguintes sugestões a quem pensa em fazer teologia e depois seguir a carreira pastoral.

Verifique suas motivações. O que lhe leva a desejar o pastorado? Muitos querem ser pastores porque não conseguem ser mais nada na vida. Não conseguem passar no vestibular para outras carreiras e nem conseguem emprego. Vêem o pastorado como um caminho fácil para ter um emprego.

Procure saber qual a opinião de seus pais, de seus pastores, e de seus amigos mais chegados, que terão coragem de lhe dizer a verdade.

Seja honesto consigo mesmo e responda: você já levou alguém a Cristo? Você tem liderança? Você tem facilidade de comunicação em público e em particular?
Você tem uma vida devocional firme, constante, sólida, em que lê a Bíblia e ora, buscando a face de Deus, com zelo e fervor? Cultiva uma vida santa e reta diante de Deus, odeia o pecado e almeja ser mais e mais santo em seu caminhar?

Um colega de seminário me lembrou recentemente que uma das coisas que o impediram de perder a fé e o fervor durante o tempo de estudos foi que ele tenazmente se aproximou dos professores conservadores que eram espirituais, dedicados, fervorosos, que valorizavam a vida com Deus e a santidade. A comunhão com esses homens de Deus foi um refrigério para ele, e funcionou como uma âncora nos momentos de tentação e crise.

Lamento pelos jovens que perdem sua fé ou seu amor a Deus durante os anos de estudos teológicos. Lamento mais ainda pelas igrejas onde eles vão trabalhar e onde plantarão as mesmas sementes de incredulidade e frieza que foram semeadas em sua mentes abertas e despreparadas por professores que não tinham fé ou não tinham zelo.


Fonte: Rev. Augustus Nicodemos Lopes em seu blog
http://libertosdoopressor.blogspot.com/search/label/Artigos

quinta-feira, 14 de julho de 2011

"Pessoas que moram nas ruas: cidadãos?"


O Fórum Permanente sobre população adulta de rua do Rio de Janeiro iniciou ontem as inscrições para seu sexto seminário sobre população adulta em situação de rua. Neste ano o tema é: "Pessoas que moram nas ruas: cidadãos?"
 
Contando com o apoio do Conselho Regional de Serviço Social do Rio de Janeiro (CRESS-RJ), Conselho Regional de Psicologia (CRP-RJ), DST/AS, UERJ, NEPP/DH e Banco da Providência será realizado no próximo dia 28 de julho, no auditório 111 da UERJ, o VI Seminário Sobre População Adulta em Situação de Rua, sob o tem “Pessoas que moram nas ruas: cidadãos?”. O evento terá início as 9h, com a participação de seis pessoas que tem experiência de vida nas ruas e com o assistente social Edvaldo Roberto.
O seminário será no dia 28 de julho, de 8 às 16h, no auditório 111, 11º andar da UERJ. As inscrições podem ser feitas até o dia 21 de julho pelo email: seminario2011.forum.rua@gmail.com ou pelos telefones: (21) 2584-4103/4219 (de 9 às 15h) e (21) 3147-8751/8752/8753 (de 13 às 18h).

sábado, 9 de julho de 2011

EM CRISTO FOMOS FEITOS PARA RECOMEÇAR !!!

Lucas 23:39-43

               A mensagem da Cruz é a maior símbolo do amor de Deus para com a humanidade, amor autruista, amor incondicional, amor independente, amor espontâneo, amor voluntário, amor gracioso, amor bondoso. Na teologia paulina é tido como seu âmago esse amor através da cruz vazia e vazada. Paulo assim consegue atingir uma profundidade doutrinaria e teológica que nenhum dos discípulos foi possível alcançar. Quando Paulo fala da da morte de Cristo, maximiza o sacrifício da Cruz de tal forma, que ele aborda com sendo um sacrifício propciatório, vicário, expiatório e substitutivo. Esse sacrifício da Cruz foi a evidencia tanto para trazer benefício para  eternidade, tanto como trazer beneficio para o tempo presente.
               O ladrão na cruz reconheceu em Jesus algo diferente. Reconheceu ao seu lado a esperança para algo melhor, uma possibilidade de recomeçar. Ninguém pode voltar e criar um novo início, mas todo mundo pode começar hoje e criar um novo final!
               Os discípulos se apegaram firmemente á esperança do estabelecimento do reino de Deus dentro de um breve período de tempo.  Haviam argumentado sobre quem teria a posição mais elevada no Reino (mt. 18.1), e a mãe de dois de seus discípulos procurou influenciar Jesus a dar aos seus filhos lugares preferenciais no Reino vindouro (mc 10:37 e Mt. 20:21).  Após a Páscoa, perguntaram a Jesus: "Senhor, restaurarás tu neste tempo o Reino a Israel....     terminarei depois....  com muito sono...

CAPELANIA NA PRAÇA COM ESPERANÇA

Venho com muita alegria comunicar a parceria firmada na manhã desse sábado (09jul2011) entre a CAHERJ -capelaniaRJ e o Projeto Esperança na Praça (praça da  Cruz Vermelha RJ) com o objetivo de ampliar o atendimento a moradores de rua daquela região como também assistir a demanda de pacientes e cuidadores dos Hospitais do Bairro ( IASERJ, INCA I, INTO). 
     A primeira ação dessa parceria foi definir data para o primeiro treinamento na capacitação de voluntários.  

     CURSO DE CAPELANIA PÓS ALTA MÉDICA - Preparando a Igreja para o cuidado de enfermos em domicilio.  O curso tem a formatação com palestras, dinâmica de grupo e vidas, visando fortalecer a identidade missionária da Igreja local.  
Como objetivo visa a capacitação da Igreja para atuar como equipe de apoio pastoral para visitas domiciliares aos enfermos, tanto das Igrejas, como dos hospitais de sua região, dando-lhes atendimento espiritual, emocional e social.

Local: auditório do Projeto Esperança na Praça
Endereço, praça da Cruz Vermelha, 42 Centro - RJ
conato:  Igor Nogueira <insers@r7.com> 
Tels.: 21-8690-0466  /  21-9100-6846
Dia: 24 setembro de 2011 Horário: 09 as 17 hs
Valor: R$ 35,00 (trinta e cinco reais)



Miss. Washington Campello
Capelão Hospitalar Evangélico

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Quem é Você de Verdade?

‘...Ele… colocou de lado as suas vestes...’  João 13:4-5

Quem é Você de Verdade?

Você se preocupa pensando que se as pessoas conhecessem o seu verdadeiro ‘eu’ elas não gostariam de você? Ou que se você baixasse a guarda seria deixado ao léu? Se você cresceu nos anos 60, você deve se lembrar da música ‘Eleanor Rigby’. Ela fala sobre o isolamento que impomos a nós mesmos quando tentamos nos misturar à multidão. Ela fala sobre o ‘rosto que guardamos em uma jarra ao lado da porta’. Tentar parecer ‘normal’ todo dia pode ser desgastante. A Bíblia diz que Jesus ‘colocou de lado as suas vestes… para lavar os pés dos discípulos. Ele estava disposto a ser transparente e deixar que eles vissem quem Ele realmente era. Um autor escreveu: “Preciso lhe dizer – depois de jogar futebol e de passar horas em vestiários com cheiro de mofo – é muito mais fácil se despir quando os outros estão se despindo, do que entrar em uma sala de reunião de diretoria e se despir. Isto seria verdade ainda que a sala do escritório estivesse cheia com os mesmos homens com quem você faz ginástica. Não se trata de quem eles sejam, mas acontece que a sua zona de conforto é destruída quando você sente que é o único que está nu. Jesus ensinou uma lição poderosa. Ele se levantou do jantar e começou a se despir diante dos homens que ainda estavam totalmente vestidos. O nosso problema é… que não queremos ser vistos como o único que tem problemas e necessidades. Mas o medo de ser diferente pode trancafiar você em uma prisão de fingimento. Jesus deu um passo que poucos ousariam dar. Ele deixou de lado as suas vestes (sua imagem) diante daqueles que havia se esforçado para inspirar. O verdadeiro ministério começa no instante em que paramos de tentar impressionar uns aos outros e dizemos “Este é quem eu realmente sou!”


United Christian Broadcasters Brasil
 "A Palavra Para Hoje" - Deus quer falar com você hoje!
http://www.palavraparahoje.com.br/

Discípulos do amor

 
Discípulos do amor
O tema do amor cristão me parece um desafio em dois andares: o da ortodoxia, em cima, e o da “ortopraxia”, no térreo.

No andar de cima, encontro o ensinamento de Jesus e de seus apóstolos, inspiradores e desafiadores. Nesse âmbito, ouço Jesus dizer que seremos reconhecidos como seus discípulos se tivermos amor uns pelos outros (Jo 13.35); ouço Paulo orar por nós, para que, pela fé, tenhamos raízes e alicerces no amor (Ef 3.17); ou então João, a dizer que aquele que não ama não sabe nada de Deus (1Jo 4).

No andar de baixo, encontro o desafio da prática desse mandamento de Jesus, acrescido do entendimento apostólico de que fazer discípulos significa também ensinar a amar (Mt 28.19). Nas palavras de René Padilla: “Efetivamente, a experiência do amor de Cristo, que segundo Paulo ‘excede todo entendimento’, só é possível ‘com todos os santos’. Só é possível na igreja, ‘a família de Deus’, onde os discípulos aprendem a amar...”.

O discípulo de Cristo precisa conhecer o que seu mestre espera dele. Para isso, observa as palavras e atitudes do mestre. Considera o que os apóstolos ensinaram e como eles vivenciaram o ensino e o exemplo que Cristo lhes deu. Por outro lado, o “discípulo do amor” precisa manifestar em sua vida comunitária esse sinal, essa marca da nova vida que recebeu do Espírito Santo.

Eis o desafio dialético: precisamos aprender e ensinar a amar -- nos dois andares! Não basta abrir a Bíblia e aprender sobre o amor. O ensino fica incompleto. É preciso coerência com o térreo, com a “ortopraxia”: a prática correta; uma escada ligando os dois andares.

Surge, assim, a questão inevitável: como se aprende a amar? Minha resposta: no andar de cima, obedecendo; ou seja, sem considerar as emoções (se gosta ou não). Apenas amando: abençoando, fazendo o bem, permitindo o bem, ensejando o bem a amigos e a inimigos. Já no andar de baixo, aprende-se a amar “sendo amado”. Sim, é uma dimensão passiva da pedagogia divina. É aqui, me parece, que a experiência do amor de Cristo “excede todo entendimento”. É onde aprendo sobre a graça e o afeto, sobre a segurança que o amor de Deus traz, sobre a incrível sensação de ser amado, apesar de ser conhecido como realmente sou.

Que conflito! Meu maior “sonho” é ao mesmo tempo meu maior “temor: ser conhecido”. Na transparência (que advém da proximidade e que permite a comunhão) posso encontrar descanso e paz. Entretanto, posso encontrar, também, rejeição. O temor é que, quando descobrirem meus defeitos, passem a me odiar.

Porém, João nos exorta a, pela fé, vencermos nossos medos e aprendermos, com sabedoria e oração, a “andar na luz”. As palavras que ele usa para “luz” são: verdade, confissão, perdão e purificação (1Jo 1.1-10).

-- Transparência? Confessar tudo? Na minha igreja? Me colocam na rua! Talvez nos falte um pouco do andar de baixo.

Procuram-se “mestres do amor”: gente que aprendeu a amar porque foi muito amada -- apesar do seu pecado. Incondicionalmente, portanto. Oferecem-se “discípulos do amor”: gente desconfiada, que não crê mais nisso -- mas que está disposta a tentar uma última vez.

Nota
1. A formação de discípulos, Ultimato, janeiro/fevereiro de 2011.

Rubem Amorese é consultor legislativo no Senado Federal e presbítero na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Brasília. É autor de, entre outros, Louvor, Adoração e Liturgia e Fábrica de Missionários -- nem leigos, nem santos.
ruben@amorese.com.br

quarta-feira, 22 de junho de 2011

TEORIA DA OBRA EXPIATÓRIA DE CRISTO

Teoria da obra expiatória de Cristo -  (estudando a teologia paulina)

A morte na cruz vai de encontro aos valores do tempo moderno.  Um contra ponto.

1)  Aquele que não tinha de morrer, morre.

2) Aquele que não tinha pre requisito para estar lá, esteve.

3) Aquele que não tinha de pagar por nada, pagou.

4) Aquele que tinha de ser condenado, foi absolvido.

5) A receber a liberdade, consiste em ser escravo

6) Aquele que morreu, não morreu como em conseqüência de seu fracasso.  Mas morreu para evidenciar a sua suprema vitória.