C A H E R J

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Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

segunda-feira, 20 de junho de 2011

“Deus no fez para relacionamentos conjugais profundos.” Texto: Gn 2,18

Texto: Gn 2,18

“Então o Senhor Deus declarou: ‘Não é bom que o homem esteja só; farei para ele alguém que o auxilie e lhe corresponda.’”


Tese

Ø      Nada pode substituir a necessidade humana do relacionamento profundo e íntimo no casamento!

Objetivo Geral

Ø      ÉTICO

Objetivo Específico

Demonstrar que nada pode substituir a presença de um companheiro (conjugue) ao lado de outro ser humano.

Esboço


Ø      Introdução
1.      A natureza não pode substituir outra pessoa em nossas vidas (Gn 1,29-30);
2.      O trabalho não pode substituir outra pessoa em nossas vidas. (Gn 2,15 e 20);
3.      Nem Deus quis substituir outra pessoa em nossas vidas. (Gn 3,8).
Ø      Conclusão

Título


Ø      Palavra Enfática:
“Deus no fez para relacionamentos conjugais profundos.”
Ø      Palavra ou frase limitante:
“Deus nos conclama hoje para os relacionamento conjugais.”
Ø      Declarativa:

“Deus nos fez para os relacionamentos conjugais”

Ø      Interrogativa:

“Qual a importância do relacionamento conjugal para os seres humanos?”

Ø      Imperativa:
“Viva os planos de Deus para em seu relacionamento conjugal.”

INTRODUÇÃO


            É muito interessante que, quanto mais se lê a bíblia, mais se tem a certeza da preocupação divina por relacionamentos verdadeiros aos seres humanos.
            Jesus coloca o mandamento do amor à Deus e ao próximo quase que no mesmo nível. Não sabemos quando começa um e quando termina o outro. Parece que quando amamos e nos entregamos ao outro, o fazemos à Deus, nos encontramos com Deus; e quando buscamos verdadeiramente à Deus, nós estamos colocados, jogados ao encontro do outro.
            A impressão é que a bíblia está, desde o seu começo até o fim, querendo nos dizer que nada pode substituir a necessidade humana de relacionamentos profundos e íntimos. Nenhuma outra coisa tem a capacidade de substituir outro ser humano ao nosso lado. A bíblia nos mostra que fomos feitos para os relacionamentos.
            Não há como falar em relacionamentos sem lembrarmos do casamento, do plano de Deus para as vidas dos seres humanos. E, se como afirmamos, os seres humanos foram feitos para os relacionamentos, podemos afirmar que nada pode substituir a necessidade humana por um(a) companheiro(a), um parceiro(a) para auxiliar e corresponder, e onde o amor seja o combustível destas atitudes.
            Vamos pensar um pouco sobre a importância deste tipo de relacionamento entre os seres humanos.

            O texto lido mostra uma preocupação divina pela solidão do homem. “Não é bom que o homem esteja só...” Mas qual o conceito de solidão adotado por Deus para fazer esta afirmação? Pois quando lemos o texto na íntegra vemos que a solidão de Adão não era tão sacrificando o quanto parece. Baseado nas informações dadas pelo texto podemos tirar algumas conclusões.

1º - A natureza não pode substituir outra pessoa em nossas vidas. (Gn 1:29-30)

            A presença das plantas e animais não impediram que Deus visse o homem solitário. Elas não podem substituir uma companheira do nosso lado. Na realidade nenhuma outra “coisa” pode tomar o espaço de outras pessoas em nossas vidas. Vivemos um tempo onde presenciamos uma “coisificação” das pessoas e personificação das coisas, ou seja, as coisas tem sido valorizadas mais que as pessoas. Como resultado deste movimento temos uma super valorização de bens, animais em detrimento às pessoas.
            Nunca devemos deixar que os nossos bens substituam a presença de uma companheira em nossas vidas. Nunca devemos deixar de perceber que o ser humano que existe do outro lado da relação vale mais que qualquer animal, planta ou coisa. Muitas vezes somos levados a pensar que até mesmo os animais tem mais valor do que muitos seres humanos. Me lembro de estar viajando, e em uma das paradas me deparei com um quadro a venda que dizia: “Quanto mais eu conheço as pessoas mais eu gosto do meu cachorro!” Fiquei abismado, pois, por mais que a pessoa tenha errado, ela sempre vai continuar a ser um ser humano. Me recordo da história de uma jovem chamada Anne Frank. De origem judia, essa mulher viu sua família ser morta pelos nazistas e foi levada como escrava. Depois de tanto sofrer, trabalhar, ser explorada, torturada e estuprada, ela veio a falecer. Alguns anos depois encontraram um diário que a pertencia. Neste, ela relatava todo o sofrimento a que foi submetida, entretanto, o que me surpreende é uma frase que estava escrita no final do diário: “Apesar de tudo, eu ainda continuo acreditando na bondade humana.” Apesar de tudo, mesmo os corruptos, ladrões, sempre serão humanos.
            “Não é bom que o homem esteja só...” A natureza não foi capaz de resolver a solidão que acompanhava o homem.

2º - O trabalho não pode substituir outra pessoa em nossas vidas. (Gn 2,15 e 20)
           
            Adão poderia até estar sozinho, mas ele tinha uma ocupação. O trabalho de dar nome e cuidar dos animais ocupava seu tempo. Talvez ele nem sentiria falta de uma companheira pois seu tempo estava preenchido. Mas “não é bom que o homem esteja só...” Nenhum trabalho, nenhuma atividade, pode substituir a presença de nossa companheira.
            A preocupação com as finanças nos faz, muitas vezes, substituir a presença do nosso conjugue por horas extras. Desta forma, trabalhamos como um cobertor pequeno, pois cobrimos o pé e deixamos a cabeça descoberta. Atitudes como estas são um reflexo da desatenção que temos tido, não percebendo que o ser humano que está ao nosso lado é um indivíduo que precisa de carinho, atenção, amor, e também do nosso tempo.
            Muitos casamentos tem se desestruturado pela falta de preocupação com o tempo que é dispensado ao outro.
            Mesmo com suas atividades a palavra de Deus é taxativa: “Não é bom que o homem esteja só...” A natureza e o trabalho não são capazes de substituir uma companheira em nossas vidas. Entretanto tenho que me perguntar se realmente o homem estava só, pois quando leio o versículo 8 do capítulo 3 de Gênesis vejo que o próprio Deus passeava pelo jardim. Como pode então Ele próprio afirmar que “não é bom que o homem esteja só?” Isso me faz a chegar a uma terceira conclusão.

3º - Nem Deus quis substituir outra pessoa em nossas vidas. (Gn 3,8)

            Deus estava no éden. Andava pelo jardim na virada do dia. Mas é Ele próprio quem diz que o homem estava só. Deus não se propôs a substituir o homem em sua convivência com outras pessoas. Ele nos fez para os relacionamentos.
            “Farei alguém que o auxilie e lhe corresponda...” O próprio Deus reconheceu a necessidade humana de ter alguém ao lado dele que pudesse lhe auxiliar e lhe corresponder. Se estas palavras vieram do próprio Deus sabemos que são válidas, que devem ser cumpridas. Nunca podemos perder de vista, no entanto, que é preciso haver cumplicidade.
            Ludwing Feurback, teólogo alemão, diz que a consciência de Deus é sempre auto-consciência; que o conhecimento de Deus é sempre auto-conhecimento. A presença de Deus é via de mão dupla, um revelar que sempre desvela quem somos. Deus se revela como um ser que não quis substituir uma outra pessoa em nossas vidas e ao mesmo tempo revela em nós a necessidade mútua de auxílio e cumplicidade.
            É verdade que Deus não pretende substituir a relação humana o contrário também não pode acontecer. Um homem com Deus e sem uma esposa está só, mas um homem com esposa, amigos, mas sem Deus está desamparado.


CONCLUSÃO


            Deus não criou nenhum de nós para uma vida isolada, solitária e também longe dele. O amor é o elo que une dois corações cultivando em cada um a cumplicidade e companheirismo necessários para uma convivência sadia. Este mesmo amor une o casal à Deus que sempre está com os olhos atentos a toda a trajetória percorrida por cada um de nós e disposto a nos assistir em nossas dificuldades.
            Quanto mais se vive, mais o casal percebe que nenhuma circunstância externa, nenhum sistema que vem de fora, tem a capacidade de suprir a ausência do outro nesta tríade: Deus, Homem e Mulher. Nem mesmo Deus quis substituir a verticalidade da sua relação com o casal pela horizontalidade vivida entre eles: “Não é bom que o homem esteja só...”
            Quem ama sonha. Quem sonha faz da vida um poema permanente. E quem ama, quem sonha, deixa de viver a vida direcionada apenas pelos aspectos racionais e lógicos para dar espaço à intuição, ao belo. Quem dá este espaço a sua vida nunca deixa a relação ser oprimida por nenhum sistema, por nenhum objeto, por nenhum costume, por qualquer coisa que esteja fora da horizontalidade da relação.
            O projeto de Deus para as vidas de todos os casais é um projeto de amor e realização. Vale a pena amar, vale a pena dar de si até as últimas conseqüências. Vale a pena acreditarmos ainda nos relacionamentos e lutar a cada dia para a concretização desta realidade nas vidas dos nossos irmãos.
            Que Deus nos abençoe e nos dê o discernimento necessário para lutarmos em prol desta instituição criada por ele

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