Velho Testamento - livro de Deuteronômio

      Deuteronômio

Nome.  Deuteronômio

Significado do Nome:   Deuteronômio origina-se de duas palavras gregas que juntas, significam “segunda lei”.  O livro chama-se assim pelo fato de registrar a repetição das leis dadas a Moisés no Sinai.

Tema:  Moisés cumpriu a sua missão.  Conduziu Israel do Egito às fronteiras da terra prometida.  Agora que o tempo de sua partida havia chegado, numa série de discursos perante a nova geração, ele faz uma retrospectiva da história de Israel.  É nesse retrospecto que se baseiam as advertências e conselhos que tornam Deuteronômio um grande sermão exortativo para Israel.

            Exorta-se a recordar o amor de Deus por eles durante as peregrinações no deserto, para que pudessem estar seguros da continuidade do seu cuidado quando entrassem em Canaã.  Deus aconselha-os a observar a Lei a fim de prosperarem.  Lembra-lhes suas apostasias e rebeliões e adverte-os das conseqüências da desobediência futura.

Autor:  A autoria do Pentateuco e, portanto, de Deuteronômio, é atribuída a Moisés.  Boa parte dos eruditos conservadores acredita que o texto na forma que o temos hoje este relacionado com a figura histórica de Moisés e reproduz os discursos por ele dirigidos ao povo nas planícies de Moabe.  É óbvio que o livro, na forma em que o temos, é resultado do trabalho redatorial posterior feito, segundo se crê, cerca de três séculos depois da morte de Moséis.  Ao lermos o livro de Deuteronômio com atenção, iremos perceber que nele existem muitos comentários e elos redacionais nos quais as referências feitas a Moisés estão sempre na terceira pessoa.  Isso indica o trabalho de um narrador esterno falando a respeito de Moisés.

Palavra – chave: Orientação  (sermão exortativo para Israel).

Versículo – chave: “ Ouve, ó Israel; o Senhor nosso Deus é o único Senhor” (Dt 6.4)

Número de capítulos: 34 capítulos

Em que grupo se insere: Lei

Datas aproximadas em que se passaram os fatos do livro:  Dois meses nas planícies de Moabe, 1451 a.C.

Breve esboço do Livro:  Eis um resumo de Deuteronômio de acordo com as três exortações mencionadas em nosso tema:

I.                    Recorde! – Resumo das jornadas de Israel  (caps. 1-4)

II.                 Obedeça! – Resumo da Lei  (Caps. 5-27)

III.               Cuidado! – Profecias do futuro de Israel  (Caps. 28-34)

Velho Testamento - livro de Números

1.      Números

Nome.  Números

Significado do Nome:   De acordo com o costume dos hebreus, este livro deveria se chama No Deserto, que é a tradução mais adequada do vocábulo hebraico bemidbar, que principia o texo do livro, narrando as jornadas do povo de Israel no contexto do deserto do Sinai, deserto do Negueve e deserto da região Transjordânia.

            Números é o título derivado do vocábulo Numeri da Vulgata que, por sua vez, traduz o termo grego arithmoi, utilizado na Septuagina (tradução grega dos textos do Antigo Testamento).  O título Números obviamente faz referencia aos dois recenseamentos das tribos de Israel que Deus ordenou, cujas instruções e execução encontram-se logo no início do livro.

Tema:  O serviço do Senhor não deveria ser feito de qualquer maneira, razão por que o livro nos apresenta o quadro de um acampamento, onde tudo é feito segundo a primeira lei do céu – a ordem.  O povo é numerado de acordo com as tribos e famílias; para cada tribo é designado o seu lugar no acampamento; a marcha e o acampamento são regulados com precisão militar; e no transporte do tabernáculo cada levita tem a sua tarefa.

Autor:  Moisés

Palavra – chave:  Servir – (vemos nessa leitura do livro Israel servir).

Versículo – chave: “ O Senhor faça resplandecer o seu rosto sobre ti e te conceda graça” (Num. 6.24,25)

Número de capítulos: 36 capítulos

Em que grupo se insere: Lei

Datas aproximadas em que se passaram os fatos do livro:  39 anos de peregrinação do povo de Israel pelo deserto, desde cerca de 1490 aé 1451 a.C.

Breve esboço do Livro:  é apresentado aqui um esboço do livro de Números de acordo com as jornadas principais de Israel:

I.                    No deserto do Sinai (caps. 1-9)

II.                 Do Sinai a Cades  (Caps. 10-19)

III.               De Cades a Moabe (Caps. 20-36).

Velho Testamento - livro de Levítico

1.      Levítico

Nome.  Levítico

Significado do Nome:  Este livro chama-se Levítico pelo fato de ser um registro das leis referentes aos levitas (sacerdotes) e seu serviço.  Levitico, derivado do grego da Septuaginta leuitikon, significa “concernente ou pertencnte ao levitas”.  É perceptível ver nesse livro Israel em adoração.

Tema:  Como ter comunhão com um Deus santo?  O título do desse livro quer mostrar a utilidade desse livro no exercício do ministério dos levitas como líderes do cerimonial de adoração e como instrutores morais do povo de Israel.

            Levítico diz-nos como um povo redimido pode aproximar-se de Deus por meio da adoração e como a comunhão assim estabelecida pode ser mantida.

            A mensagem de Levítico é: o acesso a Deus dá-se unicamente por meio do sangue e o acesso obtido exige a santidade do adorador.

Autor:  Moisés

Palavra – chave:  Código (de Santidade)

Versículo – chave: “Sejam santos, porque eu sou santo.”  (Lv.11.15)

Número de capítulos: 27 capítulos

Em que grupo se insere: Lei

Datas aproximadas em que se passaram os fatos do livro:  O livro abrange o período de menos de um ano da jornada de Israel no Sinai.

Breve esboço do Livro:  Levítico é um livro de leis, por isso podemos classificar o seu conteúdo como esse dado em mente:

I.                    Leis referentes às ofertas (Caps. 1-7)

II.                 Leis referentes ao sacerdócio (Caps. 8-10)

III.               Leis referentes à purificação (Caps. 11-22)

IV.              Leis referentes às festas (cap.23 e 24)

V.                 Leis referentes à terra (caps.25-27)

Velho Testamento - Livro de Êxodo

1.      Êxodo

Nome.  Êxodo

Significado do Nome:  Na língua grega, exodus significa saída, ou partida. (Hebreus 11.22).  Esse foi o título que a Septuagina deu ao segundo livro do Pentateuco.

Tema:  A idéia central do livro é a redenção pelo sangue. Vemos aqui na leitura desse livro Israel redimido.

            Em torno da idéia redenção pelo sangue, concentra-se a história de um povo salvo que pelo sangue, amparado pelo sangue e tendo acesso a Deus pelo sangue.  Essa redenção supre todas as necessidades da nação.  Oprimido pelos egípcios, Israel precisa de libertação.  Deus prevê essa libertação.  Um vez salva, a nação necessita da orientação de Deus para uma nova conduta e forma de culto.  Deus lhe dá a Lei.  Convencidos do pecado pela santidade da Lei, os israelitas sentem a necessidade de purificação.  Deus provê os sacrifícios.  A partir da revelação de Deus, o povo sente a necessidade de culto.  Deus lhe dá o tabernáculo e estabelece um sacerdote. 

Autor: Alguns intérpretes entendem algumas afirmações do livro de êxodo (17.14;24.4;34.27) como indicação de que Moisés é o autor da forma final do livro.  Outros eruditos entendem que tais afirmações significam que Moisés escreveu apenas porções específicas do livro de Êxodo, tais como: a narrativa da derrota dos amalequitas (17.8-13);  o “ Livro da Aliança” (21-23); e a instruções de Êxodo 34.10-26.  Somente críticos muito radicais têm negado qualquer vínculo de Moisés com o conteúdo da narrativa do livro.

Palavra – chave:  desenvolvimento (da redenção).

Versículo – chave:  “Deus olho para os israelitas e viu a situação deles.” (Ex. 2.24,25)

Número de capítulos: 40 capítulos

Em que grupo se insere: Lei

Datas aproximadas em que se passaram os fatos do livro:   Os acontecimentos registrados em Êxodo abrangem um período de 216 anos, cerca de 1706 a 1490 a.C.  Começa com um povo escravizado, convivendo com a idolatria egípcia, e termina com um povo redimido habitando na presença de Deus.

Breve esboço do Livro: 

I.                    Israel no cativeiro (caps.1e2)

II.                 Israel redimido (caps. 3 – 15.21)

III.               Israel viaja ao Sinai (15.22-18)

IV.              Israel recebe a Lei (caps.19-23)

V.                 Israel em adoração (caps.24-40)

Velho Testamento - Livro de Geneis

1.      Gênesis

Nome.  Este livro é bem definido pelo seu título, Gênesis.

Significado do Nome:  “princípio”, porque é a história do princípio de todas as coisas – o princípio do céu e da terra, o princípio de todas as formas de vida e de todas as instituições e relações humanas.

Tema:  O tema de Gênesis revolve em torno da primeira declaração de Deus ao homem e à mulher registrado no Texto Sagrado ( Gênesis 1.26-28).  Nesse texto Deus deixa claro que Ele criou o homem e a mulher para que eles exercessem domínio em seu favor sobre toda a criação.  A desobediência ameaçou o propósito de Deus na criação do ser humano.

Autor: Moisés

Palavra – chave:    Viveiro - Tem sido chamado o “viveiro” das gerações da Bíblia pelo fato de nele se encontrarem todos os começos de todas as grandes doutrinas referentes a Deus, ao homem, ao pecado e à salvação.

Versículo – chave: o primeiro versículo anuncia o propósito do livro.  “No princípio Deus criou os céus e a terra.” 

Número de capítulos: 50 capítulos

Em que grupo se insere: Lei

Datas aproximadas em que se passaram os fatos do livro: Da criação até a morte de José, abrangendo um período de 2.315 anos, de cerca de 4004 a 1689 a.C.

Breve esboço do Livro:  O conteúdo de Gênesis gira em torno de nove fatos principais:

I.                    A Criação (caps. 1 e 2)

II.                 A Queda (cap.3)

III.               A Primeira civilização (cap. 4)

IV.              O Dilúvio (caps. 5-9)

V.                 A dispersão das nações (caps. 10 e 11)

VI.              Abraão (caps. 12-25)

VII.            Isaque (caps. 17-35)

VIII.         Jacó (caps. 25-35)

IX.              José  (caps. 37-50)

DIVISÃO DO VELHO TESTAMENTO

DIVISÃO DO VELHO TESTAMENTO

1)      Divisão Judaica

O Velho Testamento, segundo o esquema judaico, está assim divido:

LEI (tõrãh):

1˚ Genesis; 2˚ Êxodo; 3˚ Levítico; 4˚ Números; 5˚ Deuteronômio.

PROFETAS (primeiros):

6 Josué; 7 Juizes; 8 Samuel; 9 Reis.

PROFETAS (últimos):

10 Isaías; 11 Jeremias; 12 Eequiel; 13 Os doze demais profetas.

ESCRITOS (Haiógrafa):

14 Salmos; 15 Provérbios; 16 Jó; 17 Cântico dos Cântios; 18 Rute; 19 Lamentações; 20 Eclesiastes; 21 Ester; 22 Daniel; 23 Esdras e Neemais; 24 Crônicas (cf. Joseph Angus).

Esta divisão com 24 livros parece contrária à que conhecemos, mas aqui livrso côo Samuel, Reis, Crônicas, não aparecem como primeiro e segundo, mas como um rolo só.  E, para completar, os doze profetas, chamados menores, também aparecem como um só rolo, mas na verdade, são 12 livros.

Esta é a ordem da Bíblia Hebraica, ou Velho Testamento.

2)      Divisão Cristã

A divisão que aparece em nossas Bíblias vem da Septuaginta, que passou pela Vulgata e orientou também a maioria das nossas versões, e fica assim distribuída:

            PENTATEUCO OU LEI:

Gênesis; Êxodo; Levítico; Números; Deuteronômio.

            LIVROS HISTÓRICOS:

Josué; Juízes; Rute; 1 e 2 Samuel; 1 e 2 Reis; 1 e 2 Crônicas; Esdras; Neemias; Ester.

            LIVROS POÉTICOS:

Jô, Salmos, Provérbios; Eclesiastes; Cânticos dos Cânticos.

            LIVROS DOS PROFETAS MAIORES:

Isaías; Jeremias; Lamentações; Ezequiel; Daniel.

            LIVROS DOS PROFETAS MENORES:

Oséias; Joel; Amós; Obadias; Jonas; Miquéias; Naum; Habacuque; Sofonias; Ageu; Zacarias; Malaquias.

Velho Testamento

VELHO TESTAMENTO

            Em relação ao título, Velho Testamento, há três termos correlatos: Testamento, Pacto e Aliança. Testamento traz a idéia de herança que é repartida.  Pacto e Aliança dão a idéia de acordo segundo bases estabelecidas.

            A Idéias de “testamento”, que vem do latim, acrescenta um item precioso: a herança (reading the Old Testament – Na Introduction, Lawrence Boadt, paulist Press, New York, 1984, p.19).  Não somente há um pacto ou aliança, mas há também uma herança para aqueles que celebraram o pacto.  E essa herança se efetiva no Novo Pacto, ou Novo Testamento, que também foi selado com sangue – o sangue de Cristo.

            O profeta Jeremias falava do novo pacto ou testamento (31.31).  Os escritor aos Hebreus corrobora esta idéia (Hb 8.13) ao falar do Velho substituído pelo no Pacto.

            A partir deste entendimento, cremos que a nomenclatura Velho Testamento é realmente melhor, pois indica algo que já passou e cumpriu os seus propósitos, como argumenta o escritor da Epístola aos hebreus.

            O Velho Testamento não é adotado pelos judeus.  Para eles, o Velho Testamento, que consideramos uma parte da Bíblia, corresponde a toda a Bíblia.  Referem-se a ele como: Lei (Tõrãh), Os Profetas (Nebhiîm), e Os Escritos (Këthübhîm).

            O Velho Testamento, em sua maior parte, foi escrito no chamado “hebraico antigo”, que era a língua falada em Canaã e Fenícia no tempo dos patriarcas e do povo livre de Israel (Is.19.18).   Nota-se que o povo de Israel não tinha nenhuma dificulade em falar com o povo de Canaã, indício de que usavam a mesma língua, de origem semítica ( de Sem, filho de Noé).  Mais duas passagens bíblicas são esclarecedoras: Is 36.13 e 2 Rs 18.26-28.  Por outro lado, é mencionada a reconhecida diferença entre a língua falada pelos hebreus e a falada pó outros povos, como é o caso de Sl 81.5;  114.1, que se refere à língua do Egito.  Is 36.11 menciona o aramaico, falado pelo Assírios, e Jr 5.15 menciona o aramaico oriental, usado pelos caldeus.

            Além dessas passagens bíblicas, a arqueologia guarda monumentos do século XV antes de Cristo, como é o caso das tabuinhas de Tel el Amarna, e outros documentos antigos ( cf. Jose ph Angus, História, Doutrina e Interpretação da Bíblia, PP. 9-11), que atestam o uso do hebraico pelo povo judeu dos tempos bíblicos.

Alguns trechos do Velho Testamento são escritos em aramaico, como Ed 4.8-6:18;7.12-26 (pouco mais de dois capítulos), e Dn 2:4-7:8 (pouco mais de cinco capítulos).

Fontes Bibliográficas: 

Toda Bíblia em um ano - Darci Dusileck

 Apostila de VT do Prof. Pr. Edson Tinoco