C A H E R J

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Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

domingo, 4 de novembro de 2012

PROBLEMA CRÍTICO DO QUARTO EVANGELHO


PROBLEMA CRÍTICO DO QUARTO EVANGELHO
                Há uma grande diferença entre o quarto evangelho e os Sinóticos.  Na visão analítica da teologia o quarto evangelho não é  sinótico.  João é diferente de não sinótico por sua narrativa ser diferente dos evangelhos sinóticos.  A mente de João está voltada para outro destinatário, outro povo.  João tem a preocupação de mostrar para esse povo tanto o Jesus Messias como também o Jesus histórico
                Os  estudiosos dizem que o quarto evangelho foi escrito no final do primeiro século com a finalidade de refutar um tendência sinótica que invadia a igreja, um ensinamento herético que ensinava que Jesus não possuía matéria, porque a matéria em si mesma é má, e se a matéria é má, Jesus não pode ter recebido a matéria se não Ele seria mau.
                Diferenças entre os sinóticos e João. A estrutura de João ≠ da estrutura do sinótico
·           Há um problema na questão do local:
                 sinótico o ministério de Jesus se deu na Galiléia.  Na narrativa de João o ministério foi marcado por várias visitas a Jerusalém.
·          Na questão do tempo:
                os sinóticos é narrado somente uma páscoa, normativa que o ministério de Jesus se dá em 1 ou 2 anos.
                Em João é narrado a celebração de três páscoas (Jo.2.13; 6.4; 13.1) e possivelmente em quarta páscoa (João 5.1)
·         Diferença no uso literário
       Porque nos sinóticos os ensinos de Jesus são proferidos por meio de parábolas (breves ensinamentos, ensinamentos muitos curtos,  de fácil aprendizado.
       No quarto evangelho, o uso literário são discursos longos.

·         O quarto evangelho deixa de narrar vários acontecimentos que são registrados nos sinóticos: nascimento de Jesus, expulsar demônios, batismo, ceia, tentação, transfiguração, discurso do monte das Oliveiras, etc
Sinóticos – transcorre na sua maior parte na Galileia.

·         Em João não tem nada de dizer sobre o arrependimento, nos sinóticos existe a preocupação em defender uma tese de arrependimento.
·         Tema central nos sinóticos é,  o Reino de Deus .
·         Vida Eterna nos sinóticos é uma benção que aponta para o futuro, uma benção escatológica futura.
·         No quarto evangelho o Reino de Deus desaparece.  Surgi um novo conceito de vida eterna, não somente uma benção para o futuro como também pode ser concretizada no tempo presente.
·         Forma predileta de Jesus ser apresentado nos evangelhos sinóticos: Filho de Deus ou Filho do Homem.
·         Em João, a expressão peculiar mais distinta para Jesus é “ego eimi” ou seja – “EU SOU”
Eu sou a porta;  Eu sou o pão da vida;  Eu sou a luz do mundo;  Eu sou o bom Pastor; eu sou a videira verdadeira; Eu sou a ressurreição e a vida;  eu sou o caminho a verdade e a vida; etc

DUALISMO JOANINO


DUALISMO JOANINO
                Se difere dos sinóticos, nos sinóticos o dualismo é na horizontal (entre a era presente e na era futura).  Aquilo que pertence a era futura, irrompeu no tempo e no espaço através da pessoa e missão de Jesus.
                Em João, o dualismo é na forma vertical ... Jo. 8.23
“... vós sois cá de baixo, eu sou lá de cima...”  (mundo extraterreno)
                O tempo que Jesus passou no mundo debaixo, foi para cumprir uma missão do Reino eterno. 
                A Missão que Jesus recebeu de Deus, do mundo de cima, Jesus adentrou o mundo inferior, não que Ele necessitasse disso, mas simplesmente para cumprir uma missão que recebeu do mundo superior.
                Jesus veio a este mundo com a finalidade de redimir a humanidade de seus pecados.
                Jesus sendo do mundo de cima, rompe no mundo de baixo par cumprir todas as profecias que foram preditos no VT, profecias essas que apontavam para uma realidade que até então era manifestada através de sombra.
TENSÂO VERTICALNa literatura, João trata da questão entre trevas e luz, (cap 1.5 – “ A luz resplandece nas trevas, e as trevas não prevalecem...”)
Luz = mundo de cima  ;   trevas = mundo de baixo.
                Jesus mesmo pertencendo ao mundo superior, estando no mundo inferior, não deixou de ser aquilo que Ele foi no mundo superior.
                O fato de Jesus sofrer o processo de “esvaziamento”, não significa que Ele deixou de ser aquilo que Ele sempre foi.
                Mc 13 “nem o filho, nem os anjos, somente o Pai”.  Não significa dizer que Ele não sabe, mas significa dizer que Ele se utilizou de um esvaziamento ( gnostis).  Jesus enquanto esteve no mundo terreno, mundo inferior, Ele foi uniciente, uni presente e uni potente.   Somente um ser completamente divino poderia ter esses atributos.
TENSÃO VERTICAL -  Carne e espírito:
                Espírito = mundo superior
                Carne = mundo inferior
Pagina 339:   cosmos = mundo em João (quarto Evangelho)
                - ordem criada = universo
                - terra em particular = habitada
                - aqueles que habitam a terra = João 3.16
                               Vir ao mundo = nascer;    estar no mundo = existir;    partir do mundo = morrer
                O uso mais interessante da  palavra cosmo no quarto evangelho é se referindo ao gênero humano como sendo objeto de amor e salvação no próprio Deus.   Gênero humano = cosmo (mais interessante) como objeto de amor e salvação.
                Deus não veio condenar o mundo, mais para que o mundo fosse salvo por Ele.

João 14:30 -    Satanás tenta vencer a Jesus, porém frustrado em seu propósito, tendo em vista que ele  é impotente  para se fazer na cruz.
                Na cruz, Jesus consumou sua vitória sobre esse que governa esse mundo. 
Satanás – governador – poder sobre natural, dominando o mundo de baixo.   Que até então exercia total poder sobre esse mundo de baixo.
                Não existe evangelho sem a cruz.  Somos tentados a viver um cristianismo sem Cristo, uma religião sem Espírito, uma salvação sem novo nascimento, um perdão sem arrependimento e um evangelho sem cruz.
                A cruz no evangelho de João é expressão máxima da vitória consumada por Jesus sobre qualquer outro poder que pudesse existir no mundo de baixo.
                João deixa bem claro que aquilo que Jesus dá por intermédio de sua pessoa em missão, se sobre põem a qualquer poder, de qualquer governador, seja esse poder sobrenatural ou não, que impera ou opera no mundo de baixo.  Ao ponto de Jesus no capítulo 16 de João, dizer para os discípulos: “ ora, vai chegar o momento que vocês irão se entristecer e o mundo de baixo com seu governador irá se alegrar, mas, alegria deles sebre a tristeza de vocês será momentânea.  Porque chegará o momento que a tristeza de vocês transforma-se-a em alegria, e ninguém mais será capaz de tirar essa alegria do coração de vocês.
                 Esse Jesus que traz em si mesmo,capacidade em subjugar o poder de Satanás.  Esse Jesus é o cordeiro que foi morto, mesmo antes da fundação do mundo.  (Ap. 13:8 “ Ele é o cordeiro de Deus que foi morto mesmo antes da fundação do mundo”.)  Antes mesmo antes que o mundo viesse a existir como ordem criada, Jesus já havia sido crucificado, tirado da cruz e já estava de volta ao lado do pai.  Isso porque Jesus está fora da linha do tempo, ele não sofre sucessão de momentos, tudo para Ele acontece no tempo presente.  Não existe em Jesus alguma coisa que vai acontecer, em Jesus tudo já aconteceu.  NÃO devemos humanizar Jesus no extremo, embora ele seja perfeitamente homem, completamente homem, ele não deixa de ser completamente e perfeitamente Deus, seja no mundo de baixo, seja no mundo de cima. 
NA ETERNIDADE NÃO HÁ SUCESSÃO DE MOMENTOS.

CRISTOLOGIA – EVANGELHO DE JOÃO


CRISTOLOGIA – EVANGELHO DE JOÃO

Jesus superior que deu origem a todas as coisas
Logos é a Palavra de Deus. Não somente a letra, é também uma pessoa.
Havia uma tendência herética que dizia que Jesus não veio em carne. João escreve para combater essa heresia que afirmava que na matéria residia o pecado.
-  O quarto evangelho  foi escrito não que cressem em Jesus, e sim para fazer saber que Jesus veio.
- Jesus vem para cumprir o que era irreal no VT e fazer real no NT.  “ Esse é o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo...”    “ Esse é o Cristo”
- Interpretação inicial filosofia ( Evangelho de João), todavia é mais importante conceituação “LOGOS”, assim uma função  pré-existente “no princípio era o verbo...”
LOGOS – no primeiro momento = pré existência de Jesus é refletida em várias passagens de seu próprio ensino. “Antes que Abraão existisse, eu sou” (8:58).  Essa surpreendente afirmação é uma alusão ao uso do AT. Deus revelou-se a Moisés como ‘EU SOU O QUE SOU’ (Ex 3:14).  A primeira característica teológica (João 1.1) para Logos é: Pre existente – questão abstrata (Ap 13.8)
LOGOS – era Deus.  Em segundo lugar, João utiliza a idéia do Logos para afirmar a divindade de Jesus Cristo.  Está declarando que tudo o que o Verbo é, Deus é.   Logos assume a divindade “estava com Deus e era Deus” (João 1.2) ‘ Deidade do Logos’
LOGOS – Criação.  No terceiro momento, João afirma que o LOGOS foi o agente da criação.  Essa palavra que tem poder de trazer (João 1.3) existência coisas que não existe, o poder dessa palavra faz as coisas se transformar e se organizar. Em Genesis essa palavra trouxe ordem ao caos.  Em João 1.3 – “... por intermédio dEle...” (agente da criação) .  O pronunciamento dessa palavra as coisas se transformam.  Em Genesis essa palavra ‘ organiza’.  Em João essa palavra, Deus traz o caos onde tudo está organizado.    Em Hebreus 1,  logos revelador
LOGOS -  O verbo se fez carne (1:14)  - Deus fez nascer um mundo original idéias; mais o LOGOS, aqui uma divindade derivada secundária, gerada por Deus na eternidade, dá forma ao mundo visível.  João deseja enfatizar que foi o próprio Deus, na pessoa do Verbo, que entrou na história humana, não como um fantasma, mas como um homem real, com um corpo de carne.  A palavra traduzida como habitar (eskenosem), ou ‘tabernacular’, é uma metáfora bíblica para indicar a presença de Deus.  Essa declaração ‘implica que o próprio Deus estava presente em carne, em humilhação’.
Encarnação = tabernacular (invisível),  habitou entre nós.
                               - tabernaculo = presença de Deus ( nuvem )
                               - Nómades = barracas – Jesus é habitação para todos os que o receberem
                               - Tendas de campanha – locais onde os soldados descansam = Jesus o único par satisfazer as necessidades mais profundas do ser humano
LOGOS – o quinto significado do vocábulo é que Ele veio em carne como revelador. Jesus é o revelador – 1:4,5,18 “... Ninguém viu a Deus.”  Jesus é que revela à Deus.. Jesus é a imagem real do Deus invisível. Origem da vida.


Messias   - no quarto evangelho: crer que Jesus é o Cristo = título, não como um nome próprio para Jesus.
João 12:30 – Cristo deveria permanecer para sempre.  Essa expectativa desmorona  quando vai para Cruz nos olhos do Judeus, não podia ser compreendido.
João 9 – os judeus olham para esse Cristo que vai para cruz  sendo uma contradição.  Como aquele que se dia bendito pode morrer numa cruz?!  Devido que a morte na cruz  era para os ‘malditos’.  Parecia que a esperança do povo terminara em uma rua sem saída, “SEPUCRO”.
Cristo está sendo glorificado na sua morte no calvário.  Morte significava “ VITÒRIA”
Da mesma forma que nos Sinóticos, a expressão “Filho do Homem” é usada somente pelo próprio Jesus, para identificar a si mesmo.
A mensagem central da Igreja (na atualidade) deve ser o Cristo ressurreto,  dever ser uma mensagem escatológica.  
Uma interpretação mais natural no contexto do pensamento joanino é que Jesus, o Filho do Homem, veio para estabelecer a comunicação entre os céus e a terra.
Filho de Deus no sentido unigênito – O filho de Deus.   Uma das diferença mais marcantes entre os sinóticos e João é o papel distinto desempenhado pela filiação de Jesus a Deus. Na tradição sinótica, Jesus é reticente em falar de sua filiação e da Paternidade de Deus.    A relação ente  o Pai e o Filho está intimamente entrelaçada em toda a argumentação do Evangelho de João.  Isto se reflete, acima de tudo, na reivindicação de Jesus de ter sido enviado pelo Pai.  Deus é muitas vezes citado, simplesmente, como aquele que enviou Jesus. O conjunto de sua atividade e ministério é dominado pela coincidência de que ele foi divinamente comissionado.  Em virtude de Ele ter sido enviado por Deus, suas obras são obras divinas – as obras do próprio Deus.  Não somente as obras, como também as palavras de Jesus, são as palavras de Deus.  Como o Filho, Jesus reivindica possuir o conhecimento exclusivo do Pai.  Ninguém viu o Pai, senão aquele que é de Deus; Ele vê o pai (6:47).  Em decorrência do fato do Pai amar o Filho, e enviá-lo ao mundo com a finalidade expressa de cumprir a vontade divina, todas as coisas foram entregues pelo Pai nas mãos do Filho (3:35).  Portanto, Jesus, o Filho, reivindica, por parte da humanidade, a mesma honra que é dada a Deus (5.23).  Esta unidade aparenta ser mais do que a unidade de propósitos e intentos; de algum modo incompreensível aos seres humanos, o Pai está no Filho e o Filho no Pai (10:38).
Como o Filho de Deus, Jesus tem uma missão divinamente designada a cumprir. O elemento mais reiterado nessa missão é o mediar da vida dos homens.  O Filho tem o mesmo poder de conferir vida que o Pai (5:21) Da mesma forma que o Pai tem vida em si mesmo, também outorgou ao Filho ter vida em si mesmo (5:260.  Portanto, a fé em Jesus como o Filho de Deus resulta na posse da vida eterna (3:35; 6:40,47).  Jesus pode até mesmo dizer: “ Eu sou a ressurreição e a vida” (11:25).  Ele  tem poder sobre toda a carne para conferir a vida eterna, a quem o Pai desejar (17:2)
Como o Filho de Deus, Jesus é mais do que um homem escolhido e consagrado; Ele faz parte da divindade.  João testifica de sua divindade em seu primeiro versículo, “O Verbo era Deus” (1:1).
                              
                 

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Ele quer a fé dentro dos hospitais

Ele quer a fé dentro dos hospitais



Bocejos e olheiras acompanhavam o médico oftalmologista Claudio Lottenberg, 51 anos, no encontro exclusivo dele com o iG Saúde.

Reflexos da véspera mal dormida enfrentada pelo e ex-secretário municipal de saúde de São Paulo (gestão 2006) e atual presidente da rede Hospital Albert Einstein, uma das maiores na área da saúde particular e filantrópica do País.

A justificativa, em meio aos pedidos de desculpa, não tardou a vir: “Operei 12 pacientes na segunda-feira. Amanhã tenho 25 cirurgias agendadas”, dizendo ainda que a jornada tinha terminado a 1h e começado, novamente, só quatro horas depois.

“Sem contar que tenho uma figura muito conhecida hospitalizada aqui (unidade Morumbi do Einstein). Mas isso ninguém sabe, nem você”, disse Lottenberg, apontando para a coordenadora de marketing da rede hospitalar, que acompanhava a entrevista.

“Não faço promoção pessoal com os pacientes atendidos. Não quero ser o médico dos famosos, nem dos poderosos, apesar de ser o médico de alguns deles”, emendou a frase, que alfinetava alguns colegas médicos de outras unidades hospitalares de renome que ganharam repercussão nacional por atender políticos de todos os partidos, músicos de todos os estilos e atores de todos os canais.

Não é a única afirmação dada por Lottenberg que pode gerar polêmica. O médico é defensor de outras “duas misturas” que já começaram a ser ensaiadas no setor da saúde do Brasil, mas ainda não são unanimidades.

A primeira é colocar no mesmo pacote de atendimento o Sistema Único de Saúde (SUS) e a rede privada. A segunda é superar, de vez, o divórcio entre ciência e espiritualidade e fazer da fé dos pacientes um procedimento padrão e essencial da medicina.

“Se não for uma questão humanista, que seja por uma razão econômica. Já existem pesquisas que mostram que os pacientes terminais com câncer que exercem a espiritualidade, por exemplo, dão menos custos aos hospitais do que os com o mesmo perfil que não têm fé.”

Leia trechos da entrevista com o especialista que, além da grife Einstein, também é responsável pela administração do M'Boi Mirim, hospital público da periferia da zona sul paulistana e 14 Unidades Básicas de Saúdes. Lottemberg é professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) e do MBA em Saúde do IBMEC, além de autor do livro "A Saúde Brasileira pode dar Certo" (Ed. Atheneu).

iG Saúde: Os hospitais particulares estão com superlotação de pacientes e há demora de meses para a marcação de consultas. O senhor avalia que os planos de saúde estão repetindo os mesmos erros já cometidos pelo SUS?

Lottenberg: Tanto o SUS quanto a saúde suplementar erram de forma muito parecida. Porque ambos centram o debate para solucionar os problemas somente no dinheiro. Há anos a gestão pública reclama que falta verba. Há anos também os médicos reclamam que os profissionais e os procedimentos são mal remunerados pelos planos de saúde. Os pacientes ficam perdidos nessa discussão e sempre discutimos as mesmas coisas. Claro que o financiamento é importante e reconheço que é deficiente, mas não acredito ser este o eixo da questão. A saúde do Brasil é fragmentada. Para o paciente, pouco importa o local onde será atendido, desde que ele consiga o atendimento. Minha visão é que SUS e saúde suplementar deveriam atuar mutuamente, de forma conjunta. Daí os gargalos reais apareceriam e aí sim o próximo passo seria discutir dinheiro.

iGSaúde: O que o senhor defende é um modelo de gestão compartilhada entre SUS e saúde privada, como o das Organizações Sociais de Saúde (OSS), em vigor hoje no M’Boi Mirim?

Lottenberg: As OSSs são um caminho mas não há única possibilidade de integração entre as duas esferas. Sou oftalmologista, tenho meu consultório particular e tenho muitas vagas ociosas para a cirurgia de catarata, por exemplo. Não teria o menor problema em receber os pacientes que estão na fila de espera do SUS em minha clínica, caso o Ministério da Saúde distribuísse esta demanda reprimida e pagasse um certo valor por isso. O SUS ganharia e os consultórios particulares – que estão ociosos – também. É uma maneira mais real de saber quais são as verdadeiras deficiências no atendimento. É quando a demanda é vista de forma integral e não dividida entre público e privado, como se fossem coisas independentes. Tudo é saúde. Esta parceria, além de não poder desvalorizar o funcionalismo público, também tem que contribuir para redefinir o papel do médico. Os médicos precisam olhar o paciente de forma mais integrada.

Papel do médico

iG Saúde: Esse olhar mais integrado significa que precisamos de mais médicos de família e menos cirurgiões altamente especializados?

Lottenberg: Não é a formação e, sim, o olhar do médico. Eu não fiz oftalmologia para só definir se a mulher é míope ou não. Eu fiz medicina para saber quais são os impactos da miopia na vida desta paciente e ajudá-la com isso. Ela precisará voltar ao hospital para regular o grau dos óculos. E esta regulagem, um técnico bem treinado, pode fazer, deixando a especificidade do tratamento para mim. O médico precisa entender que ele é maestro de uma equipe de diversas especialidades e que é preciso dar mais espaço para outros técnicos, sem só brigar por uma reserva de mercado. Técnicos bem treinados podem medir a pressão e deixar o atendimento amplo da hipertensão, por exemplo, para o cardiologista. Parteiras podem fazer parto desde que saibam os limites. Integração da equipe, médicos, técnicos e outros profissionais da saúde é o que garante o atendimento possível e de qualidade.

iG Saúde: Mas os médicos estão preparados e disponíveis para este novo papel e esta divisão com outros profissionais? E os pacientes, estão preparados para nem sempre serem atendidos por médicos?

Lottenberg: Ainda é preciso um trabalho importante com os médicos e com os pacientes. Com os médicos para que recebam melhor esta função de supervisor de equipe, sem o ranço da disputa de mercado. Com os pacientes para que não anseiem somente pela figura do médico. Em uma discussão sobre o que deveria ser atendido em um hospital de emergência, se era parto, infarto, acidente, a definição é que no pronto-socorro as pessoas querem que suas angústias sejam acolhidas. E associam este atendimento ao médico. Por isso, definitivamente, este trabalho sobre o papel do médico precisa ser feito com os médicos e com os pacientes.

Medicina e fé

iG Saúde: Outro assunto para o qual talvez os médicos não estejam preparados, e tem sido uma de suas bandeiras, é a fé na medicina. Por quais motivos os hospitais precisam acolher a fé dos pacientes?

Lottenberg: Primeiro uma explicação. As pessoas usam a religião para compreender a fé, porque é um mecanismo mais fácil de entendimento. Mas a fé não precisa ser atrelada à religião. Na saúde, até os ateus podem ter os benefícios do que as pessoas chamam de fé. É por meio da fé que conseguimos gerenciar o estresse, que libera hormônios e neurotransmissores tóxicos ao organismo. O nervosismo não causa asma em ninguém, mas cientificamente sabemos que os asmáticos, quando nervosos, podem ter crises agravadas e morrer por isso. Também é científico que as pessoas que exercem a fé apresentam melhoras de saúde mais rápida, tempos mais reduzidos de internação. Já existem pesquisas que mostram que os pacientes terminais com câncer que exercem a espiritualidade, por exemplo, dão menos custos aos hospitais do que os com o mesmo perfil que não têm fé. Os hospitais precisam começar a dar espaço para a fé. Se não for uma questão humanista, que seja por uma razão econômica.

iG Saúde: O senhor avalia que a conciliação entre ciência e fé está próxima? Será possível as duas caminharem juntas?

Lottenberg: Já demos alguns passos, estamos engatinhando ainda. Só o número crescente de evidências científicas que mostram os benefícios da espiritualidade nos tratamentos clínicos já mostra que o divórcio entre fé e ciência está chegando ao fim. Eu defendo que os médicos, ao menos, se mostrem disponíveis e dispostos em perguntar se a fé é importante para o tratamento dos pacientes. E se a resposta for sim que não impeçam o exercício dela. Isso, no Einstein, já é protocolo de atendimento e uma das bases da nossa missão. Eu já conversei com o ministro da saúde (Alexandre Padilha), que ouviu atentamente o meu posicionamento. Também levei esta temática nos encontros que tive com líderes religiosos (mês passado Lottenberg foi recebido pelo papa Bento XVI). Falei sobre o assunto também com o Dalai Lama. Ele, acredite, tem um interesse muito grande em neurologia, sabia?

iG Saúde: E os médicos, estão preparados para abrir espaço à fé de seus pacientes?

Lottenberg: Einstein já disse que é mais fácil quebrar um átomo do que um preconceito. Acredito que começamos este processo. Os médicos precisam ocupar este espaço. Porque deixá-los vazios é permitir a invasão de pessoas de má fé. Medicina tradicional é complementada pela espiritualidade e vice-versa. Uma oração não vai substituir uma droga anticâncer.

atualização em 16/07/2012http://www.oncoguia.com.br/site/interna.php?cat=58&id=5049&menu=54

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Curso de Capelania Pós-Alta Hospitalar. SP





Curso de Capelania Pós-Alta Hospitalarem São Paulo - SP

Através de vídeos, palestras e dinâmicas você será capacitado para atuar como apoio à visitas domiciliares aos enfermos! (Folder em anexo)

Local: Instituto Presbiteriano Mackenzie SP
Data: 01 de setembro de 2012.
Horário: 09h00 às 17h30
Investimento: R$ 50,00 

Banco do BRADESCO
AG.: 0368-9
C/C: 96768-8

Faça seu depósito e nos envie seu comprovante: capelaniaevangelica@gmail.com ou pelo fax: (11) 2507-9296.
Lembre-se de se identificar!!!

terça-feira, 26 de junho de 2012

CONGRESSO DE CAPELANIA EVANGÉLICA HOSPITALAR Nível II – 2012

Curso de Capelania Hospitalar Nível II – Intermediário


Data:: 15 a 18 de novembro DE 2012


Local: Instituto de Infectologia Emilio Ribas SP


Investimento: R$ 360,00  (Pagamento até 01/11).LOCAL


Contatocapelaniaevangelica@gmail.com ou (11) 2507-9294


Carga horária: 40 horas teóricas e 60 horas de treinamento prático.

Objetivo: preparar visitadores hospitalares para atendimento em áreas específicas nos hospitais, tornando-se parte de uma Equipe Multidisciplinar de Saúde.
Público-alvo: alunos do Curso de Capelania Hospitalar Nível I.
Requisitos necessários:
  • Ter completado e sido aprovado no treinamento supervisionado do Curso de Capelania Hospitalar Nível I;
  • Ter formação no ensino médio;
  • Ter condições emocionais e espirituais para lidar com pacientes à morte, queimados e pacientes psiquiátricos.
Ênfase em: aconselhamento bíblico, psiquiatria, bioética, atendimento domiciliar, luto, preparo do capelão, capelania em tragédias, cuidado do cuidador, pacientes terminais e cuidados paliativos.

Áreas a serem abordadas:
1. Aconselhamento Biblico em Transtornos Psiquiátricos, crises, cuidados paleativos e luto;
2. Atendimento Domiciliar;
3. Teologia do Sofrimeno;
4. Bioética.

CURSOS CAPELANIA PÓS ALTA HOSPITALAR 2012




O Curso de Capelania Pós Alta Hospitalar è agendado pelas Igrejas e ministrado na própria igreja para um mínimo de 30 participantes e tem por objetivo capacitar os membros de sua igreja para atuar como uma equipe de apoio pastoral em visitas domiciliares aos enfermos. Este mesmo curso também será ministrado, em setembro, no Instituto Presbiteriano Mackenzie SP !
Duração: Um sábado das 08h00 às 17h00
Valor Individual: R$ 70,00 a partir de agosto.
Para o agendamento a Igreja deverá entar em contato conosco: 
capelaniaevangelica@gmail.com ou (11) 2507-9294







NO RIO DE JANEIRO:  CAHERJ - Capelania Hospitalar Evangélica do RJ 
contato: (21)88665429    
e-mail: aacaherj@gmail.com