Capelães, instrumentos de mudança
Pr. Bruno Oliveira
O que significa ser um instrumento de mudança nas mãos de Deus na vida de uma outra pessoa? Existe um processo envolvendo quatro palavras principais: Amar, conhecer, falar e fazer
Amor – Construindo relacionamentos
• Tem a ver com a construção de um relacionamento piedoso. Um relacionamento que fornece um contexto fértil em que a obra de Deus possa florescer.
Conhecer – Colhendo Dados
• Tem a ver com o recolhimento de informações que são necessárias a fim de sermos os instrumentos de mudança que Deus tem escolhido. As nossas lutas não são generalizadas, elas são específicas. Portanto, eu preciso chegar a conhecer esta pessoa e seu mundo.
Falar – Comunicando verdades
• Tem a ver com a comunicação de verdades que acabam libertando a pessoa. Então eu preciso entender como posso ser parte da intervenção de Deus na comunicação de verdades bíblicas. Palavras como “repreender” e “confrontar” não têm um campo de ação muito positivo.
Fazer – Estabelecendo agendas
• Se refere ao ato de tomar esta mudança que Deus já começou a efetuar em meu coração e aplicar à minha vida cotidiana. Nenhuma mudança ocorre até que uma mudança realmente tenha ocorrido.
Amor
No aconselhamento Bíblico, na realidade, estou pedindo que uma pessoa coloque em minhas mãos a porcelana, ou louça, mais fina que possui.
Adentrando ao mundo da pessoa
• Portões de entrada
– Oportunidades de se entrar na vida e interagir no diálogo com o paciente.
O que esperamos quando entramos pelo portão de entrada?
- Construir um elo de confiança horizontal.
- Desenvolver uma esperança que é vertical.
- Ver um engajamento no processo de mudança.
Encarnando o amor de Cristo
• Cl 3:12-17
– É um chamado para o corpo de Cristo, para que estejamos envolvidos, cada um, na vida do outro, ensinando e admoestando.
Identificando com o sofrimento
• Hb 2:10-11
– “Ele não se envergonha de nos chamar irmãos”. O que este termo conota?
Não é apenas um relacionamento de Pai e filho, mas de irmãos. Um relacionamento igual. Porque isso é importante?
- Isso nos mantém humildes.
- Lida com questões da dependência.
- Existe um elemento de conforto.
Aceitando (a pessoa) com agenda
Não é a minha agenda. Não é o que eu quero para a pessoa, mas é o chamado de Deus que importa e impera. Portanto, é a graça de Deus que nos chama para vivermos uma vida moralmente reta perante o Senhor. Observem: O problema não é a falta de oportunidades e necessidades ao nosso redor. O problema é que perdemos de vista as oportunidades porque não trazemos o tremendo amor de Cristo, o poder de Sua graça e o foco de Sua obra às vidas das pessoas.
Conhecer
O alvo em “colher dados”
Não é uma busca por pecado nem descobrir o que existe de errado na pessoa.
- É compreender a pessoa.
- É ajudar a pessoa a se entender melhor.
Tendemos a dar por certo que conhecemos um ao outro
- Consiga uma definição – O que você quer dizer com isso?
- Obtenha esclarecimentos – Como aconteceu?
- Peça uma explicação – Porque você agiu desta forma?
Faça boas perguntas
- Perguntas Abertas e Fechadas
• Limite o seu uso de perguntas fechadas
• Desenvolva perguntas abertas
• Na pergunta aberta a pessoa não consegue responder sem revelar o que está sentindo, pensando ou fazendo.
Exemplos de perguntas abertas:
1. O que está acontecendo? ou O que estava acontecendo?
2. O que estava pensando e sentindo enquanto isso acontecia?
3. O que você fez em resposta?
4. Por que reagiu assim? O que estava querendo fazer?
5. O que resultou disso?
- Desenvolva perguntas extensivas e intensivas
• Pergunta extensiva é aquela que procura realizar uma pesquisa.
• Pergunta intensiva, significa tomar aquela fatia do bolo e realizar muitas perguntas relacionadas aquilo.
Essas perguntas vão atrás de raízes e causas. Cavam fundo, começando a expor o alicerce, as raízes daquilo que está acontecendo na vida de pessoa.
Certos tipos de perguntas revelam certos tipos de informações:
• O QUE lhe oferece informações básicas.
• COMO lhe oferece a mecânica ou a maneira como algo foi feito.
• PARA QUE lhe oferece propósito ou motivação.
• COM QUE FREQUÊNCIA lhe oferece temas e padrões.
• QUANDO lhe oferece a ordem dos eventos.
Interpretando biblicamente os dados que temos
- A SITUAÇÃO
• Informações históricas
• Família de origem
• Eventos críticos
• Relacionamentos significativos
• Experiências significativas
• Informações presentes
- Quais são as pressões que encara todo dia?
- Quais são suas responsabilidades diárias?
- Quais as oportunidades que Deus tem colocado na sua vida?
- Quais são as tentações que encara regularmente?
- Quem ou quais são as vozes em sua vida?
- Quais as pessoas de influência em sua vida e o que estão dizendo?
- Qual é a situação da família? Como é a família? Como agem, se comunicam e resolvem problemas?
- Qual foi o problema que a pessoa lhe apresentou?
- O COMPORTAMENTO
– Como esta pessoa está reagindo à situação em que está?
• Estamos procurando temas e padrões
• Precisamos identificar nos seus pensamentos:
• Há uma visão distorcida do passado?
• Há uma visão distorcida do presente?
• Há uma visão distorcida de si mesmo?
• Há uma visão distorcida de Deus?
• Há uma visão distorcida do futuro?
- Os MOTIVOS
– O que essa pessoa quer no meio de tudo que está acontecendo?
– Qual é o alvo do seu viver?
– Se fossem honestos, o que eles realmente diriam?
Falar
A Confrontação tende a ter uma péssima reputação.
- Confrontação é enraizada no evangelho
• Um conforto (Rm 8:1-11)
• A remoção da sentença da condenação
• A presença do E.S. que habita em mim.
• Um chamado (Rm 8:12-17)
• O evangelho possui um “assim, pois...”
- O Alvo da confrontação
– Um instrumento para ver a si mesmo
– Para levar uma pessoa ao arrependimento
- Quatro passos no processo
a) Consideração
Pergunta: O que Deus quer que esta pessoa veja, que ela ainda não enxerga?
Alvo: Tudo está focado em como Deus quer dar visão a essa pessoa.
b) Confissão
Pergunta: Em que essa pessoa precisa assumir responsabilidade e confessar?
Alvo: Levar a pessoa a enxergar os detalhes, pois o pecado nunca é generalizado.
– Veja o que você fez.
– Eis a razão porque você o fez.
– E veja o que vai acontecer.
c) Comprometimento
Pergunta: Em que esta pessoa precisa ficar comprometida a uma nova maneira de viver, radicalmente diferente em referência a sua situação e seus relacionamentos?
Alvo: Nunca dê por certo que já exista comprometimento. Sempre leve a pessoa a realizar comprometimentos novos.
d) Conversão (Transformação)
Pergunta: Como que estes comprometimentos novos precisam ser aplicados às situações e aos relacionamentos do dia-a-dia?
Alvo: Mais uma vez – seja específico e concreto na transformação.
- Como Confrontar (II Sm 12:1-10)
– Começar interagindo
– Deixar a declaração para o rebelde
Fazer
Estabelecendo a sua agenda
É o que pretende fazer com essa pessoa, o porque e o como. Você não pode conduzir uma pessoa a mudança a não ser que você também tenha alvos. Você precisa saber para onde está caminhando.
Esclarecendo sua agenda
- Qual a maneira, distintamente bíblica, de pensar a respeito daquilo que acabei de ouvir, dos dados que tenho colhido?
- Quais são os alvos bíblicos de mudança para esta pessoa nesta situação?
- Quais são os métodos bíblicos em ministério para poder atingir os alvos de mudança?
- Quando é que começo a estabelecer esta agenda com meu aconselhado?
Esclarecendo a responsabilidade do aconselhado
• Quem é responsável e qual é a responsabilidade? Essa talvez seja a questão mais importante.
Estabelecendo uma prestação de contas
• Esta prestação de contas não é a tarefa de um detetive. É um ato de amor.
Instilando a identidade dele em Cristo
• As pessoas acabam se esquecendo do que elas são
– Cl 1:28-29 X Rm 7:21
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