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Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

sexta-feira, 7 de junho de 2013

Resenha: Eu Creio na Pregação, De John Stott

Eu Creio na Pregação, De John Stott

por Rita Maria Viei
  
STOTT, John. Eu Creio na Pregação. São Paulo: Vida, 2003. 374 p.


O Pastor John Stott é presidente do Instituto do Cristianismo Contemporâneo em Londres, Inglaterra, onde também pastoreou a All Souls Church por longos anos. Tem tido o privilégio de pregar em púlpitos de vários países ao redor de todo o mundo, sendo também autor de diversos outros livros, vários deles tendo sido traduzidos para a língua portuguesa, entre os quais os seguintes: "A cruz de Cristo", "Epístolas de João", "Cristianismo equilibrado", "O perfil do pregador".


O que se depreende do contexto desta obra é que o autor tem como objetivo o ensinar a indispensabilidade da pregação, tanto para o crescimento como para a edificação da Igreja, além, é claro, para a evangelização. Inicia seu ensino com um esboço histórico da pregação, expondo que primeiramente os profetas (pelo Espírito), depois o Filho de Deus e, desde então, o Espírito Santo na Igreja, têm pregado a Palavra de Deus. Então, leva os seus leitores a um desfilar de pregadores desde Jesus, os apóstolos, os pais da Igreja, os reformadores e um rol de pregadores que se estende até o final do século XX. Nos capítulos subseqüentes faz uma defesa, propriamente dita, de sua visão da importância da homilética ou da arte da pregação com o fim propiciar o desenvolvimento humano e, mais especificamente, o amadurecimento cristão, sendo elaborada para atingir "tanto a cabeça quanto ao coração, a fim de alcançar a vontade". Seu prefaciador aponta bem o caminho que o pregador deve percorrer, definindo basicamente a pregação como gloriosa herança, que produz um efeito poderoso através dos séculos, e indicando que o pregador deve buscar conhecer profundamente a Bíblia, bem como, conhecer de igual modo a realidade da vida que lhe é contemporânea. Além disso deve, o pregador viver sua própria mensagem, ser um cooperador com o Espírito Santo e "acreditar que a pregação no poder do Espírito vai transformar vidas".


No corpo da obra se acham verdadeiros tesouros de sabedoria, de conhecimento, de revelação, de discernimento, bem como conselhos que valem ouro para qualquer cristão desejoso de servir ao Senhor e à comunidade da Igreja.
Sobre liberdade: "A mente somente é livre debaixo da autoridade da verdade, e a vontade, debaixo da autoridade da justiça. É debaixo do jugo de Cristo que achamos o descanso por ele prometido, e não por meio de descartar esse jugo." fl. 58
Sobre ensino: ".. o modo de aprender há de ser um processo rico e variado. Estamos assimilando conhecimentos e experiências o tempo todo, de modo direto e indireto, consciente e inconscientemente, mediante palavras e imagens, ao escutar e olhar, ao debater e descobrir, mediante a absorção passiva e a participação ativa." fl. 86
Acerca da importância da pregação: ".. embora a pregação, como modo de comunicação, se conforme com todos os outros meios, não deixa de ser sui generis. Não existe outra forma de comunicação que se assemelhe a ela e que, portanto, pudesse substituí-la... É nesse contexto total que a pregação se torna incomparável. Aqui, pois, está o povo de Deus reunido na presença de Deus para escutar a Palavra de Deus da parte do ministro de Deus.. O que é incomparável não é um ideal nem um ambiente, mas uma realidade. O Deus vivo está presente, conforme prometeu na sua aliança, no meio do seu povo em adoração.." fls. 86, 87 e 88
Sobre como pregar de forma eficaz: "Em um mundo indisposto a escutar, ou incapaz de fazê-lo, como podemos ser persuadidos a continuar a pregar e a aprender a fazê-lo de modo eficaz? O segredo essencial não é dominar certas técnicas, mas ser dominados por determinadas convicções. A teologia é mais importante do que a metodologia." fl. 97
Sobre classificar os sermões: "Meu argumento é que toda pregação é expositiva. .. Em rigor, exposição tem um significado muito mais amplo. Refere-se ao conteúdo do sermão (verdade bíblica) mais do que ao seu estilo (comentário contínuo). Fazer exposição das Escrituras é aproveitar aquilo que já está no texto e expô-lo à vista de todos. .. O tamanho do texto não importa, conquanto que seja bíblico. O que importa é o que fazemos com ele. ..nossa responsabilidade como expositores é desvendá-lo de tal maneira que sua mensagem seja falada de modo claro, compreensível, exato, relevante e sem acréscimos, sem omissões e sem falsificação. Na pregação expositiva o texto bíblico.. é.. o mestre que determina e controla o que é dito." fl. 133

Aponta que a causa para o declínio da Igreja em algumas partes do mundo e a sua imaturidade em outras partes, se deve à "fome e sede de ouvir as palavras do Senhor" Amós 8.11 – fl. 122; ressalta que a principal responsabilidade pastoral é alimentar as ovelhas, isto é, ensinar à Igreja, o que faz do pastor, essencialmente, um mestre; que a absoluta prioridade deve ser o ministério da Palavra e da oração; exorta a que se enfrente os principais temas da vida humana, oferecendo Jesus Cristo como resposta e luz para todo o mal e sofrimento humano; indica hábitos de estudo e aconselha a observar descanso; se propõe a ensinar a preparar sermões, no que dispendeu um capítulo inteiro dessa obra - fls 225 a 280; prescreve uma sinceridade ao pregador, que poderia ser resumida em que o pregador deve falar o que pensa e viver o que fala; finalmente, aponta o que entende ser o objetivo principal da pregação, que seria o expor as escrituras de modo tão fiel e relevante que Jesus Cristo seja percebido em toda a sua suficiência de satisfazer à necessidade humana.


Num tempo em que, em nosso país, ocorre um notório crescimento da Igreja cristã, em quase todas as tribos denominacionais, se nos ocorre a cada dia mais a percepção de que urge um ensino à essas massas de neófitos, bem como um renovar das consciências dos cristãos mais antigos. A grande questão talvez fosse: como? Por que meio? Seria a literatura o único meio?
O entusiasmo com que o pastor John Stott defendeu a homilética como forma ampla "..para ensinar, para redargüir, para corrigir, para instruir em justiça" (2 Tm 3.16b), a forma como fundamentou sua defesa na própria Bíblia sagrada, na história da Igreja, nas vidas de dezenas de pregadores bem sucedidos que enumerou, nas bem elaboradas explanações que apresentou ao longo de sua obra, no mínimo, é uma desafiadora conclamação a que experimentêmo-la como remédio às mazelas da jovem e bela, porém fragmentada em suas numerosas bandeiras denominacionais, as quais são extremamente preconceituosas entre si, Igreja brasileira.


Sobre o autor:

John Stott é escritor e pregador conhecido mundialmente. Durante muitos anos pastoreou a All Souls Church, em Londres, e agora é presidente do Institute Contemporary Christianity [Instituto do Cristianismo Contemporâneo]. Escreveu inúmeros livros, entre os quais A cruz de Cristo, publicado pela Editora Vida.

John Robert Walmsley Stott, CBE (27 de abril de 1921) é um líder Anglicano britânico que é conhecido com uma das grandes lideranças mundiais evangélicas.

Serve como Presidente da Igreja All Souls em Londres desde 1950. Estudou na Trinity College Cambrigde, onde se formou em primeiro lugar da classe tanto em francês como em teologia, e é Doutor honorário por varias universidades, na Inglaterra, nos Estados Unidos e no Canadá.

Uma de suas maiores contribuições internacionais são os seus livros. John Stott começou sua carreira como escritor em 1954 e já escreveu mais de 40 títulos e centenas de artigos, além de outras contribuições à literatura cristã.

John Stott é um líder cristão, muito conhecido por suas obras teológicas e pastorais. Escritor, pregador e evangelista, temos editadas em português várias de suas obras, entre elas Cristianismo Básico, Ouça o Espírito, Ouça o Mundo, Mentalidade Cristã e vários comentários bíblicos da famosa série A Bíblia Fala Hoje, como A Mensagem de Gálatas, Contracultura Cristã, Tu, Porém.
Stott serviu como pastor da Igreja Anglicana All Souls no centro de Londres, como capelão honorário da rainha Elizabeth, líder da Aliança Evangélica Britânica. Foi preletor do Congresso de Evangelização Mundial em Lausanne, na Suiça em 1974 e posteriormente serviu como membro do comitê do movimento de Lausanne.
Stott já esteve várias vezes na América Latina e foi um dos incentivadores na fundação da Fraternidade Teológica Latino Americana (FTL). Sua influência na formação de líderes latino americanos foi muito mais além do que seus livros. Hoje a fundação John Stott provê livros e material acadêmico aos pastores do Terceiro Mundo, financiando bolsas de estudos e pesquisa.

  
A pregação do Evangelho é fundamental para o crescimento e a edificação do Reino de Deus. Ao longo dos séculos, a igreja experimentou grandes despertamentos espirituais desencadeados pela força expositiva da mensagem de abençoados pregadores. Como esquecer nomes como Paulo, Apolo, Crisóstomo, Lutero, Calvino, Spurgeon, Billy Graham, e muitos outros, que levaram multidões aos pés de Cristo?

Neste livro, o grande pregador britânico John Stott propõe uma retomada da herança gloriosa da igreja cristã no campo da pregação das Escrituras Sagradas. Com inspirada sabedoria, revela os fundamentos teológicos da pregação, analisando e rebatendo diversas objeções à arte de pregar. Stott fornece ainda passos práticos para a preparação de sermões.

Ao ler este livro, o leitor ampliará o interesse pela pregação e será motivado a pôr em prática os preciosos ensinamentos do autor. Com isso, contribuirá para que a igreja do século 21 prossiga na trajetória ímpar da proclamação do Evangelho iniciada por Jesus Cristo e seguida pelos apóstolos.


  
Motivação para o interesse pela pregação e pela prática de preciosos ensinamentos que contribuirá para que a igreja do século 21 prossiga na trajetória ímpar da proclamação do Evangelho iniciada por Jesus Cristo e seguida pelos apóstolos

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