C A H E R J

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Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

domingo, 4 de novembro de 2012

Teologia NT – G.E. Ladd - HAGNOS, Resumo dos capítulos 9,10 e 11 do livro ,


Capitulo 9 -  O Messias

     Messias era um título para identificar Jesus.
     Christos, que é propriamente um título designativo de “ungido”, tornou-se logo um nome próprio. Cristo passou a ser nome próprio quando o evangelho chegou ao mundo gentílico.
     Jesus morrendo na cruz, era algo horrendo, representava a violação mais baixa na escala da pirâmide social. Seu sacrifício foi abrangente a toda a humanidade.
     Na organização do Antigo Testamento, várias pessoas foram ungidas com óleo e, em decorrência, separadas para cumprir alguma função divinamente ordenada na teocracia. Esta unção indicava uma designação divina para o ofício teocrático em questão e, por seguinte, indicava que, em virtude da unção, as pessoas ungidas pertenciam a um círculo especial de servos de Deus e que suas pessoas eram sagradas e invioláveis ( 1 Cr. 16.22).
     O termo isolado “o Messias” não ocorre de forma alguma no Antigo Testamento. A palavra sempre tem um genitivo ou sufixo qualificativo, como “o messias de Jeová”, ou “meu messias”.  Em Salmos 2:2, o título parece referir-se a um rei messiânico. Este é o uso messiânico mais destacado da palavra, no Antigo Testamento.
O uso mais primitivo do vocábulo “messias”, em um contexto messiânico, é o encontrado no cântico de Ana ( 1 Sm. 2:10), quando ela ora: “O Senhor julgará as extremidades da terra; e dará força ao seu rei, e exaltará o poder dos eu ungido”.  Esta profecia projeta-se além do seu cumprimento imediato na casa de Davi e de Salomão até o seu cumprimento escatológico no grandioso Rei messiânico, o Filho de Davi. Na maior parte das profecias que fazem referência futura ao último Rei davídico, o termo “messias” não é aplicado a este rei.  Há, entretanto, um grande número de importantes profecias que fazem referencia futura ao domínio de um rei davídico.  A profecia em 2 samuel 7:12 e SS., promete que o reino de Davi permanecerá para sempre.
     A palavra “messias” não ocorre com grande freqüência na literatura do período intertestamentário.  O Reino desejado é terreno e político em sua forma, embora um tom fortemente religioso possa ser percebido. O povo esperava um Messias político e libertador. Jesus, porém, veio como libertador espiritual que nasceu em Belém, descedente de Davi, tendo seu reino para sempre e também sendo Rei terreno davítico.
     A comunidade de Qumran esperava dois ungidos: um sacerdote ungido (de Arão) e um rei ungido de (Israel). O messias sacerdotal recebeu a supremacia sobre o messias real, porque os sectários de Qumran eram derivados de uma origem sacerdotal e exaltaram seu ofício.  Entretanto, o messias davídico desempenha um importante papel em sua expectativas. “não faltará monarca à tribo de Judá quando Israel governar, e não faltará um descedente que se assente no trono de Davi. Pois o cetro do comandante é a aliança do reinado, e os pés são os milhares de Israel.  Até que o Messias da Justiça venha, o Renovo de Davi; pois a Ele e à sua semente foi dado a aliança do reino de seu povo por todas as gerações”.
     As Similitudes de Enoque apresentam um conceito diferente: um filho do homem preexistente, divino e sovrenatural, que foi mantido na presença de Deus até o tempo próprio, e que depois estabeleceria o Reino de Deus sobre a terra. Obviamente, isto é uma interpretação da midrash de “um como o filho do homem”, em Daniel 7:13.

     O Messias é mencionado em dois apocalipse do primeiro século de nossa era. Entretanto, na literatura rabínica como um todo, o messias real davídico torna-se a figura central na esperança messiânica, ao passo que o termo Filho do Homem deixa de ser utilizado.
     Muitos estudiosos da esperança messiânica judaica omitem uma das fontes mais importante: os próprios Evangelhos.  Ele deveria ser um filho de Davi (Mt.21.9), e, mesmo que soubessem que deveria nascer em Belém, havia uma tradição que dizia que deveria aparecer repentinamente ente o povo a partir de uma origem obscura (Jo.7:26-27).  Quando o Messias aparecesse, parmaneceria para sempre ( Jo. 12:34)
     O elemento mais importante nesse expectativa é que o messias seria o rei davídico. O povo desejava como seu messias um líder poderoso que sobrepujasse Roma.  No auge de sua popularidade, quando Jesus já havia manifestado o poder divino que nele habitava, por meio da multiplicação dos pães e dos peixes, para alimentar cinco mil pessoas, um movimento espontâneo surgiu, no qual as multidões tentaram tomar Jesus pela força, para fazê-lo rei (Jo. 6.15), na esperança de que Ele pudesse ser persuadido a empregar seus notáveis poderes para derrubar o jugo pagão e livrar o povo de Deus de sua odiosa escravidão e, dessa forma, inaugurar o Reino de Deus.
     Se o propósito de Jesus tivesse sido oferecer aos judeus esse reino davídico, político e terreno, eles o teriam aceito de imediato e estariam dispostos a segui-lo até a morte, se necessário fosse, para verem a inauguração desse reino. Desejavam um rei para libertá-los de Roma, não um salvador para redimi-los dos seus pecados.
     Assim, como parece ser o caso, “messias” sugeria às mentes dos judeus um filho real de Davi, que seria ungido por Deus para trazer o livramento político do jugo dos pagãos a Israel e para estabelecer o reino terreno. Assim, fica evidente, de imediato, que seria necessário que Jesus utilizasse o termo somente com a maior reserva possível.  O messiado que Jesus veio execer foi de um caráter bem diferente daquilo que o termo sugeria à mentalidade popular. Pode-se compreender por que razão Ele não fez uso muito extensivo de um termo que sugeria à mentalidade popular algo bem diferente daquilo que Jesus pretendia.
     A palavra Christos, com bem poucas exceções, aparece nos quatro Evangelhos como um título, e não como um nome próprio.
     Jesus começou a ensinar aos seus discípulos que deveria sofrer e morrer.
     O Antigo Testamento aguardava um rei que seria descendência de Davi ( Jr.23:5; 33:15). O ungido do Senhor nos Salmos de Salomão é o Filho de Davi (Salmos de Salomão 17:23).  No judaísmo pós-cristão, a expressão “Filho de Davi” ocorre com freqüência como um título do Messias. Em várias ocasiões, Jesus for reconhecido como o Filho de Davi, segunda narrativa de Mateus.  Este título aparece somente uma vez em Marcos (10:47), pois teria menos significado para uma audiência gentílica do que para leitores judaicos. Está claro em Romanos1:3 que
Jesus foi reconhecido como descendente de Davi:”... da descendência de Davi segundo a carne”.
     Satanás vendo Jesus morrendo na cruz teve um sentimento de tristeza, não estava sendo consumada a derrota de Jesus.
      


Capitulo 10 -  O Messias

     Do ponto de vista teológico, uma das designações messiânicas mais importantes nos Evangelhos Sinóticos é o Filho do homem. Três fatos são de importância superlativa. Na tradição registrada nos evangelhos o Filho do Homem foi o modo favorito de Jesus fazer referência a si próprio; de fato, é o único título que ele utiliza livremente. Em segundo lugar, o título nunca é usado por ninguém mais designar a Jesus. Em terceiro lugar, não há evidência em Atos ou nas epístolas de que a igreja primitiva tenha chamado Jesus de Filho do Homem. A única ocorrência do título fora dos Evangelhos é a encontrada na visão de Estevão (At.7:56). O fato de que o título nunca tenha sido usado como uma designação messiânica para Jesus na igreja primitiva, é algo marcante.
     Os patriarcas da igreja interpretaram a frase como uma referência primária à humanidade do Filho de Deus encarnado. Muitas das discussões e comentários mais antigos assumem este significado teológico da frase, interpretando-a como se fundamentalmente fizesse referência à humanidade de Jesus e à sua identidade com o seres humanos. Essa interpretação incorre em erro, porque negligencia o contexto histórico e a importância da expressão.
     Um objeção à descrição encontrada nos Evangelhos é que Jesus jamais poderia ter aplicado este título a si mesmo, em virtude do título não existir em aramaico – a língua materna de Jesus – e, por razões lingüísticas, o termo é considerado como um vocábulo impossível. É verdade que a expressão idiomática pode simplesmente significar “homem”.
     Outra objeção suscitada diz que a frase “Filho do Homem” nos lábios de Jesus não tem outro significado senão o de funcionar como substituto para o pronome da primeira pessoa, e, conseqüentemente, não tem outro significado além de “EU”.
     A expressão “Filho do homem” não é incomum no Antigo Testamento, utilizada simplesmente par designar a humanidade. A expressão ocorre no livro de Ezequiel como o nome particular pelo qual Deus se dirige ao profeta. Alguns intérpretes concluíram que o contexto para o uso que Jesus fez da expressão encontra-se em Ezequiel.

     Nas similitudes de Enoque (1 Enoque 37-71), o Filho do Homem tornara-se um título messiânico de uma figura divina preexistente, que desce à terra para sentar-se sobre o trono do juízo, para destruir os ímpios da terra, para libertar os justos e para reinar em um reino de glória, quando os justos serão revestidos dos paramentos de glória e de vida e entrarão em uma abençoada relação de comunhão com o Filho do Homem para todo o sempre.
     Nos evangelhos ninguém mais usou esse termo além de Jesus. Fora do evangelhos foi usado por Estevão.
     Houve uma interpretação distinta se referindo a humanidade de Jesus:
1ª.) objeção – Jesus jamais poderia aplicado esse título a si mesmo pois não existia na língua materna de Jesus, aramaico
2ª.) Objeção – nos lábios de Jesus, essa expressão significava “EU” (pronome)
     Nos Evangelhos a expressão Filho do Homem poderia ser caracterizado em 3 caegorias:
     - terreno = embora humano, ainda assim Messias
     - sofredor = Messias sofreu
     - Apocalíptico = aquele que virá em sua Glória.
     Embora Jesus fosse meramente humano, mas não somente humano. Servo na terra, visto no sofrimento e na glória eterna.
     Jesus reivindicou ser o Messias, ao designar a si mesmo como o Filho do Homem; mas, pelo modo como usou o termo, indicou que seu messiado era de um tipo muito diferente daquele que era popularmente aguardado. A frase “Filho do Homem” permitiu-lhe reivindicar possuir dignidade messiânica, mas também interpretar aquele ofício messiânico a seu próprio modo.  Foi uma reivindicação, portanto, que não seria porntamente reconhecida pelas pessoas que possuíam um conceito errôneo do Messias, mas que, sem dúvida, foi utilizada com o propósito de alertar aqueles que foram espiritualmente responsivos à presença real do Messias, muito embora em uma função messiânica jamais prevista.


Capitulo 11 -  O Filho do Deus
     A expressão “Filho de Deus” assume na Bíblia vários significados: 1)Nativista = tange a criação = Adão, todos são filhos de Deus nessa visão. ( tudo que foi criado por Deus; 2)Moral religioso = relacionado a adoção = Israel povo eleito. Foram adotados, Igreja; 3)Teológico = é o próprio Jesus. Só pode se utilizado por Jesus; 4)Messiânico = Reis, da linhagem de Davi (II Sam. 7.14). Por esse modo os judeus acreditavam que o messias deveria vir como um governador = rei terreno.
     A expressão messiânica “O Filho de Deus” é a mais importante no estudo da auto-revelação de Jesus. Na história do pensamento teológico, essa expressão conota a divindade essencial de Jesus Cristo. Ele é o Filho de Deus, ou seja, Deus o Filho, a segunda pessoa da Trindade.
     Uma criatura de Deus poder ser denominada filho de Deus em um sentido nativista em virtude de dever sua existência à atividade criativa imediata de Deus.
     Na segunda maneira, a expressão “filho de Deus” pode ser usada para descrever a relação que os homens podem manter com Deus como os objetos peculiares de seu cuidado amoroso. Este é o uso moral-religioso e pode ser aplicado tanto às pessoas em geral com à nação de Israel.
     Em terceiro significado é messiânico; o rei da linguagem de Davi é designado como filho de Deus ( 2Sm. 7:14). Esse uso não envolve uma implicação necessária quanto à natureza divina do personagem messiânico; o termo refere-se à posição oficial de Messias.
     Um quarto significado é o teológico. Na revelação contida no Novo Testamento e na teologia cristã que se desenvolveu posteriormente, a expressão “Filho de Deus” veio a ter um significado mais elevado: Jesus é o Filho de Deus porque Ele é Deus e participa da natureza divina.
     Jesus apresentou-se como Filho de Deus de um modo único, pois estava separado de todos os outros seres humanos no sentido de que partilhava de uma unicidade com Deus, algo impossível aos seres humanos comuns.
       Filho do homem – mais importante no ponto de vista teológico auto-revelação
       Filho de Deus – mais importante no ponto de vista no estudo da auto-revelação de Jesus como Messias.
Resumo dos capítulos 9,10 e 11 do livro Teologia NT – G.E. Ladd - HAGNOS

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