C A H E R J

C A H E R J
Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Humanização nos cuidados de pacientes com doenças crônico-degenerativa

Humanização nos cuidados de pacientes com doenças crônico-degenerativa
                                                   http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/67/225a230.pdf

                                                            Danielle Justini Fowler e Ana Cristina de Sá


Resumo: As doenças crônico-degenerativas são doenças progressivas e que interferem na qualidade de vida de seus portadores. Tendo em vista esse aspecto e o fato de ser a humanização das relações e do cuidado ao ser humano uma preocupação de profissionais de saúde e de cuidadores, este estudo tem como objetivo esclarecer dúvidas para que se possa repensar as relações e os valores éticos no
processo do cuidar. Além da eficiência técnico-científica, os caminhos apontam também para a prática da sensibilidade e da solidariedade humana.
PalavRaS-cHave: Doença crônica. Humanização da assistência. Bioética.


Humanizar em saúde: um caminhar histórico.



Os gregos foram os primeiros a separar a categoria material da espiritual e desenvolver a abordagem científica tal como é utilizada hoje. Era comum no mundo antigo o uso da música e de palavras
de encantamento no processo de cura. Todos reconheciam o poder curador das palavras e as usavam
para expelir os espíritos malévolos das doenças.
A harmonia interna podia ser obtida pela música, dieta, compreensão dos sonhos e meditação,
que levavam à estabilidade e união do corpo e alma. Platão afirma que a cura deve dirigir-se à alma:
  (...) assim como não é possível tentar a cura dos olhos sem a da cabeça, nem a da cabeça sem a
do corpo, do mesmo modo não é possível tratar do corpo sem cuidar da alma (...) É da alma
que saem todos os males e todos os bens do corpo e do homem em geral, influindo ela sobre o
corpo como a cabeça sobre os olhos (...)
A entrada no século XX apresenta uma visão fragmentada de homem, estudando-se a doença
com ênfase na compartimentalização, objetividade, concretude e padronização. A partir de então,
começa a emergir o reconhecimento de que as características peculiares de cada paciente, como sua
história, suas relações sociais, seu estilo de vida, processos mentais, personalidade e processos biológicos precisam ser incluídos para se atingir uma conceitualização de saúde e doença.
Assim se desenvolve a Medicina Psicossomática, que oferece subsídios para a compreensão da relação mente-corpo. A história da psicossomática é dividida em três fases: a primeira, denominada fase inicial ou psicanalítica, teve seu interesse voltado para o estudo da origem inconsciente das doenças. A segunda, também chamada de fase intermediária, valorizou a pesquisa em homens e animais, deixando grande legado ao estudo do estresse. A terceira fase, denominada de atual ou
multidisciplinar, valoriza o social e a interação entre os profissionais das várias áreas da saúde.
As rápidas e profundas modificações econômicas, políticas e sociais ocorridas de forma heterogênea nas diversas regiões do Brasil, a partir da década de 60, resultaram em mudanças marcantes
na sociedade, caracterizadas por fatores como a diminuição acentuada do índice de fertilidade, redução da mortalidade por doenças infecciosas e parasitárias e aumento expressivo da esperança de vida ao
nascer, e modificou-se, também, o estilo de vida da população, com apreensão ou reforço de hábitos,
muitas vezes indesejáveis à saúde.
O declínio das taxas de fecundidade no Brasil, nas últimas décadas, trouxe grandes implicações sobre a
tendência demográfica de sua estrutura etária, apontando para um crescimento importante do número de idosos no país e configurando outro perfil populacional, com consequente necessidade de novo
delineamento de prioridades.
Paralela a essa transição demográfica, vivenciamos a transição epidemiológica que consiste na alteração do perfil de morbimortalidade do país, decorrente da substituição das causas de morte, anteriormente consequentes de doenças infecciosas e parasitárias, que atingem mais a população infantil, pelas doenças crônico-degenerativas, frequentes na população adulta.
Nesse novo quadro demográfico e epidemiológico, indivíduos atingem um período da vida
quando problemas decorrentes de doenças crônico-degenerativas tornam-se manifestos, somando-se
às diferentes condições de vida das pessoas idosas no Brasil, já que são diretamente afetadas por desigualdades de renda, educação, habitação, transporte, acesso aos serviços de saúde, dentre outros. Portanto, torna-se evidente nossa preocupação com a qualidade de vida dessas pessoas que alcançarão à velhice.
É característica das patologias crônicas que os cuidados nunca cessem. Após a alta hospitalar, em
casos mais graves, estes pacientes são levados para uma outra instituição, como um asilo, por exemplo.
Ou então, o que é mais comum, considerando a cultura brasileira e as condições socioeconômicas de
nossa população, o paciente é encaminhado para casa.

continua:  http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/67/225a230.pdf

Nenhum comentário:

Postar um comentário