C A H E R J

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Capelania Evangélica do Rio de Janeiro

domingo, 11 de setembro de 2011

O impacto da espiritualidade na saúde física

O impacto da espiritualidade na saúde física




Considerações finais do artigo  http://www.scielo.br/pdf/rpc/v34s1/a12v34s1.pdf


A influência da religiosidade/espiritualidade tem demonstrado potencial impacto sobre a saúde física,
definindo-se como possível fator de prevenção ao desenvolvimento de doenças, na população previamente
sadia, e eventual redução de óbito ou impacto de diversas doenças. As evidências têm-se direcionado de forma mais robusta e consistente para o cenário de prevenção; estudos independentes, em sua maioria de grande número de voluntários e representativos da população, determinaram que a prática regular de atividades religiosas tem reduzido o risco de óbito em cerca de 30% e, após ajustes para fatores de confusão, em até 25%.
Estudos mecanísticos tentando avaliar qual a relação entre redução de mortalidade e práticas religiosas têm
enfatizado o possível incentivo que essas práticas oferecem a hábitos de vida saudável, suporte social, menores taxas de estresse e depressão. Atitudes assistenciais voluntárias ou participação em congregações têm demonstrado associação com redução de mortalidade, provendo suporte e significado de vida, emotividade de aspecto positivo ou ausência de emoções consideradas de aspecto negativo; certamente existem dúvidas sobre se esses aspectos são mais relevantes em grupos específicos, tais como no de sexo feminino, com menor suporte socioeconômico e menores níveis de educação.
Também em contraste com tais evidências, não há clara correlação entre o grau de profundidade ou envolvimento em práticas religiosas e a proteção a eventos, exceto por análises de subgrupos em curva  post hoc.
O desenvolvimento de conceituações de virtudes religiosas, perdão, altruísmo, esperança, prece e voluntarismo, apesar de soar operacional ou métrico, pode definir a nova direção para conduzir estudos de avaliação de espiritualidade e religiosidade.
Na área específica de inter venções terapêuticas propriamente dita, a prece intercessória ocupou espaço
de investigação relevante a despeito de seus dúbios resultados e controvérsias; apesar do elevado número
de publicações em revistas indexadas sobre o assunto, ainda parece pouco claro qual o método mais adequado a esse tipo de avaliação e mesmo a validade de seus resultados ou continuidade de sua investigação; por certo, não há ainda prova sólida final para sua validade ou depreciação.
Há tendência à correlação entre a religiosidade/espiritualidade e a saúde física, mas por ainda não ser
adequadamente robusto em suas provas e correlações, este constitui, sem dúvida, em amplo e promissor
campo de investigação. Nesse cenário, a necessidade de maior investigação da relação entre saúde física e
espiritualidade, baseada principalmente no impacto de intervenções de base religiosa sobre a saúde, faz-se
ainda relevante para a comprovação desse paradigma.
A comprovação definitiva de efeitos dessas intervenções poderá, em futuro próximo, permitir sua transposição à prática clínica.
A utilização de adequado método científico e emprego dos princípios da medicina baseada em evidências,
para avaliação crítica da literatura e a condução de estudos, pode certamente prover o caminho que moverá
as hipóteses do promissor ao comprovado e certamente apenas essas confirmações poderão consolidar o paradigma suficiente para a modificação da percepção e conduta da sociedade atual ante a correlação entre
espiritualidade e saúde

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